Análise Ponte Preta: o treinamento com portão fechado restringiu os argumentos de Gilson Kleina

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Na ânsia de redobrar os cuidados para que informações não vazassem aos adversários, o técnico Gilson Kleina e a diretoria da Ponte Preta cometeram um erro ao promoverem sistematicamente os treinos com portões fechados. Especialmente nesta época de relacionamento abalado entre o banco de reservas e as arquibancadas.

O raciocínio é simples. Quando as atividades eram abertas e escancaradas o técnico tinha chance de ensaiar jogadas e ser fiscalizado in loco pelos jornalistas. E tal proximidade trazia benefícios.

No começo de setembro de 2012, acompanhei uma atividade de Kleina no Majestoso em que uma jogada foi ensaiada sistematicamente: o lançamento longo do goleiro Edson Bastos para Luan dominar nas costas do lateral adversário e efetuar o cruzamento para a conclusão de Uendel. No jogo, o que foi treinado aconteceu e a Macaca obteve a vitória. Como negar o trabalho do técnico?

Hoje, com os treinos fechados todos os ensaios e tramas ficam apenas no gramado do CT do Jardim Eulina ou do Majestoso. E se os jogadores não cumprirem as ordens e determinações de Kleina, quem vai saber? Como detectar se o trabalho não está sendo executado ou tudo não passa de má vontade da boleirada?

Pense: se todos os treinamentos fossem abertos, automaticamente teríamos uma noção claro daquilo que é deficiente no trabalho do técnico ou falta de empenho do elenco. Na atual conjuntura, a torcida presente nas ruas e redes sociais não acalentam dúvidas: o técnico é culpado e ponto final.

Moral da história: apesar do pensamento de alguns, transparência sempre é bom negócio.

(análise feita por Elias Aredes Junior)