Gilson Kleina é massacrado em praça pública. O treinador da Ponte Preta caiu em descrédito em virtude da campanha irregular no Campeonato Brasileiro. Tem 21 pontos. Não está na zona de rebaixamento, é verdade. Mas o time na condição de visitante é de uma fragilidade assustadora. Não produz nada.
Os canhões são virados ainda ao gerente de futebol, Gustavo Bueno. Suas contratações baseadas na tática do erro e acerto encontram resistência e condenação prévia.
Os fatos e resultados não negam que tanto um como o outro personagem citado produziram a trilha que lhes conduziu a esse precípicio. Fico intrigado porque neste julgamento sumáriona Ponte acontece um estado de alivio involuntário em direção ao presidente de honra Sérgio Carnielli, avalizador direto da contratação de Gilson Kleina neste ano.
Quando Felipe Moreira foi desligado, um intenso debate na diretoria executiva foi detonado. Este jornalista apurou que, enquanto os responsáveis pelo departamento de futebol (Gustavo Bueno e Hélio Kazuo) defendiam a contratação de Doriva, outros queriam a chegada de Ney Franco. O presidente Vanderlei Pereira seria entusiasta de Enderson Moreira, atual líder da Série B com o América Mineiro.Por ter acompanhado realizado em 2011 e 2012 e pela estima pessoal, Sérgio Carnielli defendeu o nome de Gilson Kleina, o que virou realidade.
O tempo passou, o vice-campeonato Paulista foi obtido e a gangorra do brasileirão virou realidade. Se o silêncio da diretoria executiva da Ponte Preta em relação ao trabalho de Kleina produz estranheza, o que podemos dizer da falta de declarações e apoios públicos do homem que comanda o grupo político há 20 anos presente no Majestoso?
Essa mudança de postura de Carnielli só traz prejuízo. O contrário já trouxe benefícios diretos. Em 2014, por exemplo, a Macaca vivia um momento de instabilidade, com salários atrasados e contas a serem quitadas. Pois em determinado dia Sérgio Carnielli apareceu no Centro de Treinamento do Jardim Eulina, logo após a chegada de Guto Ferreira e deu uma palavra tranquilizadora, quitou os atrasados e ainda deu declarações a imprensa para dar respaldo a comissão técnica, que estava na Série B. Coincidência ou não, depois deste episódio a equipe arrancou na segundona, assegurou o acesso e por um triz não chegou ao título.
Queiramos ou não, apesar do o afastamento decretado pela Justiça, a palavra e a orientação de Carnielli tem peso e relevância no Majestoso. Certamente seu respaldo ao trabalho de Gilson Kleina daria um sinal claro de que esta é a filosofia de futebol da Ponte Preta. O silêncio só provoca a sensação de que só aguardam uma sequência de tropeços ou a entrada na zona de rebaixamento para fazer aquilo que a torcida quer e deseja.
(análise feita por Elias Aredes Junior)