Com o início do trabalho de Marcelo Cabo, um ponto deve ser analisado: quem poderá ganhar ou perder com o novo comandante? Qual será o jogador com potencial técnico melhor explorado pela comissão técnica claramente adepta de um estilo mais ofensivo? Em contrapartida, quem serão os perdedores? Quem terá espaço reduzido ou terá que se reinventar?
Por incrível que pareça considero que Lenon tem boas chances de ganhar espaço. Pode não ser um jogador virtuoso e contar com debilidades para cruzar a bola. Mas tem fôlego, força e disciplina tática. Não será surpresa se o jogador virar uma réplica de Matheus Ribeiro nos bons tempos do Atlético-GO, cuja liberdade transformava o jogador em ala enquanto o lado esquerdo ficava mais resguardado. Convenhamos: tal tarefa Richarlyson tem condições de cumprir com sobras.
Os centroavantes de referência, como já falamos anteriormente tem motivos e mais motivos para comemorarem. Com Vadão, a bola era esticada na direção da grande área e seja Eliandro ou Bruno Mendes deveriam estar preparados para o embate físico com a zaga adversária.
Com a compactação exigida por Marcelo Cabo e a aproximação dos armadores a tendência é que o centroavante seja mais acionado. Porque Bruno Mendes como titular? Simples: tem mais recursos técnicos e assim possibilidade de “dialogar” com Paulinho, Bruno Nazário e Rafael Silva, os novos armadores.
Nem tudo são flores. Alguns precisam conscientizar-se do sofrimento a ser feito em prol do grupo. Impossível dissociar os zagueiros. Ewerthon Páscoa e William Rocha. Terão que exibir uma qualidade fundamental: velocidade. Por que? Ao contrário de Auremir, que avançava por vezes sem ordem estabelecida, os volantes com o novo treinador bugrino são constantemente acionados, tanto para a armação como para chegar na área e arrematar ao gol. Duro é que tal expediente abre espaços aos contra-ataques do oponente, fatos preponderante para o Atlético-GO de Marcelo Cabo sofrer 35 gols em 38 rodadas no ano passado.
Fumagalli deverá perder espaço. Ser reserva e entrar com 20 ou 25 minutos do segundo tempo não apaga o fator essencial: a inserção em uma equipe com velocidade, com disposição de marcação e movimentação quase insana. Ou seja, sobra pouco espaço para o camisa 10 bugrino.
Pode acontecer o contrário? Marcelo Cabo poderá exibir um novo estilo? Tudo isso é verdade. No entanto, se existe um trabalho anterior o dever do analista é detectar tendências. Caso contrário, a função não tem razão de existir.
(análise feita por Elias Aredes Junior)