No mundo ideal do futebol, o atual elenco da Ponte Preta trabalharia até o final da Série B do Campeonato Brasileiro, independente da colocação na classificação. Só em dezembro seria anunciada a reformulação e as respectivas contratações.
No modelo correto do esporte bretão, todos os atletas seriam preservados da fúria da imprensa. O dirigente de plantão colocaria a cara para bater nas entrevistas coletivas e só nos vestiários ocorreria o acerto de contas e com as cobranças fortes e de praxe.
Nos devaneios do torcedor pontepretano, não existiriam medalhões. As categorias de base forneceriam atletas de qualidade e uma equipe de olheiros percorreria o Brasil atrás de talentos que pudessem produzir no gramado e depois aferir lucro aos cofres pontepretanos.
Repito: esse é o mundo ideal. Para quem tem tais conceitos corretos na cabeça, as demissões do volante Edson, o meio-campista Gérson Magrão, o lateral Diego Renan e dos meias Alex Maranhão e Rafael Longuine são um acinte, um absurdo para quem acompanha o futebol nacional. Reforço: pelo padrão administrativo do mundo da bola.
De cabeça quente, a realização da limpeza é algo até normal. Após a derrota para o Vitória (BA) pensei que seria a trilha correta. Alguns dias foram suficientes para entender que a vida oferece alternativas. Basta aproveitá-las.
Só que não tratamos do mundo ideal. A Ponte Preta é o reino do remendo. Erra-se uma vez e tenta consertar com um outro erro e por vezes um acerto vira equívoco. Começou no banco de reservas. Erraram com Mazola Junior e tentaram consertar com Jorginho e nova tentativa foi feita com Gilson Kleina. Remendo. Um conceito absorvido na plenitude por Gustavo Bueno. Uma pena.
Como esses jogadores não renderam o esperado, tenta-se melhorar o clima com a demissão dos atletas. Pior: erros que poderiam ser evitados. O caso mais emblemático é de Gerson Magrão, cuja contratação foi contestada desde o começo. Por que trouxeram?
Rafael Longuine, por sua vez, tem capacidade para fazer diferença. Algo alertado pelo colunista ao raro leitor. O que ninguém contava era com uma infraestrutura deficiente para amenizar os problemas recorrentes de lesão por parte de Longuine.
Esse ano já está perdido. Perde-se o acesso em um campeonato de baixa qualidade. Erros são contabilizados um atrás do outro no futebol. E uma guerra política que só traz dissabor. A temporada 2019 precisa acabar para a Ponte Preta. Urgente.
(Elias Aredes Junior)