Análise Tática Guarani: produção suficiente para vencer e que não esconde a necessidade de correções

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No futebol reinante nas décadas de 1970, 1980 e 1990, bastava contar com jogadores técnicos e de habilidade para suplantar um adversário de qualidade inferior. O Guarani venceu o Sampaio Correa por 2 a 0 e a vitória, se não foi na base do sufoco, esteve muito longe de ser um passeio. Correu risco de tomar o empate, apesar de jogar com um homem a mais em boa parte do segundo tempo devido à expulsão do volante William Oliveira, do time maranhense. O que acontece?

A Copa do Mundo encerrada recentemente e campeonatos como o Inglês e o Alemão concedem parte das respostas. Nestas competições equipes eficientes são notabilizadas por contar com jogadores velozes acoplados à qualidade técnica e a força física. Por ausência de material ou por concepção da comissão técnica, o Guarani utiliza um dos requisitos.

Deu para perceber que a força bugrina encontra-se no meio-campo. Seja com Matheus Oliveira ou Rafael Longuine, o Alviverde articula jogadas pelo meio ou constrói pelas laterais e que possam ser complementadas pelos armadores que chegam na área para completar. Um gol como o primeiro contra o Fortaleza, feito por Bruno Mendes, é uma raridade.

Perceba como os centroavantes são sacrificados neste modelo de jogo. Tem obrigação de segurar os zagueiros adversários ou puxar os contra-ataques geralmente para a conclusão dos armadores. Marcão, por exemplo, ficou boa parte do tempo isolado e na única vez em que foi protagonista cavou a expulsão do Sampaio Correa.

Bruno Mendes virou auxiliar de Pará no lado esquerdo. Quando a velocidade aparece, algo diferente acontece, como o segundo gol anotado por Bruno Xavier e que contou com a falha do goleiro Buzzato.

Umberto Louzer tem motivos para encontrar-se feliz. Venceu um candidato ao rebaixamento e apaga a derrota para o líder Fortaleza.

O caminho, no entanto, é longo. Utilizar com maior consistência a força e a velocidade dos laterais Kevin e Pará, reposicionar melhor a zaga e encontrar uma maneira dos centroavantes participarem de modo efetivo. Estes são arestas para serem aparadas.

Algo, no entanto, é inegável: apesar das vozes contrárias, a capacidade de ressurreição do técnico Umberto Louzer é inegável. Ninguém é campeão da Série A2 à toa.

(análise feita por Elias Aredes Junior)