Tite gerou entusiasmo na opinião publica quando assumiu a Seleção Brasileira. A performance nas Eliminatórias não foi apenas eficiente sob ponto de vista de pontuação, mas principalmente em relação à ousadia do setor ofensivo. Gabriel Jesus, Neymar, Philippe Coutinho tiveram lampejos do futebol raiz do pais.
Veio a Copa do Mundo e, apesar dos os jogadores pensados pela torcida eram titulares, nada deu certo. O empate contra a Suíça foi um balde de água fria e a vitória diante da Costa Rica não escondeu os contra-ataques permitidos e as falhas de passe no meio-campo.
Triunfar sobre a Sérvia não deu apenas a garantia da classificação. Não foi somente o restabelecimento de um clima de paz entre Neymar e a torcida e opinião pública. Foi a demonstração, acima de tudo, de que Tite vai caminhar pelo trajeto conhecido.
Traduzindo: apesar do posicionamento ser diferente, o DNA de suas duas gestões no Corinthians estão presentes.
Não falo da ênfase de marcação de Fagner e Filipe Luis. Digo especificamente pela obsessão da equipe em ter o controle da bola e realizar viradas de jogo para surpreender o oponente. A ênfase de colocar um volante à frente dos zagueiros – Casemiro – para que o índice de sustos fosse maior; as infiltrações de Paulinho como elemento surpresa ou a aparição de zagueiros e volantes na grande área nas jogadas de bola parada.
Vou além: tocar a bola para cansar o adversário, algo que era executado com perfeição pelo Corinthians em 2011, 2012, 2015 e até 2016, tudo para dar a estocada final no contra-ataque, seja com Neymar ou Gabriel Jesus.
Não esperem espetáculo. Aguardem por um time aguerrido, marcador, disciplinado taticamente e sequioso de ter o espaço para matar o jogo na velocidade.
Tite deve considerar dificuldades para passar pelo México em virtude da necessidade de tomar a iniciativa de jogo. Pode ser o estilo para traçar candidatos como Inglaterra, França, Argentina e Bélgica. Excetuando-se os parceiros Sul-Americanos são times bem mais adiantados em relação ao Brasil. E que vão atacar. É tudo que Tite quer de agora em diante. O veneno está pronto. A Sérvia já provou. E não sobreviveu.
(análise feita por Elias Aredes Junior)