A temporada que começou com o maior desafio da carreira de Eduardo Baptista não teve um final feliz. Um dos representantes da nova geração de treinadores brasileiros, o campineiro segue enfrentando dificuldades para recuperar o prestígio que conquistou após boas passagens por Sport, em 2014, e Ponte Preta, em 2016, quando foi responsável pela melhor campanha da Macaca na era do Brasileirão em pontos corridos.
Foram estes bons desempenhos que fizeram o técnico assumir o Palmeiras, no início deste ano. Eduardo teve a dura responsabilidade de comandar o então atual campeão brasileiro, com um dos melhores elencos do país, folha salarial altíssima e grandes expectativas, tanto do clube quanto da torcida, em relação à Libertadores e ao sonhado Mundial. Após praticamente quatro meses no cargo, Baptista foi demitido com 66,6% de aproveitamento em 23 jogos: 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas, números que não explicam a decisão da diretoria alviverde.
Em maio, o treinador assumiu o Atlético-PR com a tarefa de solucionar a irregularidade da equipe. Depois de apenas 13 partidas no comando, ele não conseguiu impor seu modelo de jogo e teve seu trabalho novamente interrompido, desta vez atingindo 46,1% de aproveitamento (cinco vitórias, três empates e cinco derrotas).
Após duas quebras de sequência, o filho de Nelsinho Baptista tomou uma arriscada decisão e aceitou o convite para retornar à Ponte Preta, quando o clube ocupava a 15ª colocação do Campeonato Brasileiro, a um ponto da zona do rebaixamento. A possibilidade de se tornar o herói da permanência da Macaca na elite não foi concretizada, e Eduardo acumulou mais um resultado negativo na temporada: em 14 jogos, obteve três vitórias, dois empates e nove derrotas (26,1% de aproveitamento), campanha que culminou no rebaixamento da equipe campineira.
Apesar de ter feito um ano instável, Eduardo recebeu propostas de Sport e Goiás para 2018, mas optou por cumprir seu contrato e permanecer na Ponte Preta, clube pelo qual nutre bastante carinho. No ano que vem, o comandante de 45 anos busca dar a volta por cima, retomar o caminho das boas campanhas e se consolidar no cenário do futebol brasileiro. Mesmo com apenas quatro anos de carreira, será a primeira vez que Baptista disputará a Série B como treinador.
(texto e reportagem: Rafael Siviero/foto: Fabio Leoni-PontePress)