Gosto de contar esta história aos amigos e agora vou contar aqui. No segundo semestre de 2009, eu era repórter de esportes do Jornal Tododia. Acompanhava os dois clubes de Campinas. Vadão era o técnico do Guarani e com um grupo modesto deixou o time no grupo de classificação nas 38 rodadas.
Eis que chegava a hora do dérbi no Brinco de Ouro. A planificação foi totalmente diferente do habitual. Carga de treinos reduzida e um churrasco no meio de semana.
Ninguém entendeu.
Fato é que o time fez apenas uma atividade na Grenasa e foi a campo e venceu por 2 a 1.
Tempos depois, Vadão me explicou que precisava tirar o peso da responsabilidade dos atletas e adotou a estratégia. “Dei o start o trabalho emocional na véspera do jogo”, me explicou tempos depois.
Adoto tal parâmetro ao analisar a declaração do técnico Felipe Conceição após a derrota para o América Mineiro. “O clássico vai ter o peso devido. É um clássico, é um jogo importante dentro da competição também. Vamos lidar ele com o peso devido. Não é tudo ou nada. Tem muitos pontos ainda para serem jogados, são 18 pontos, então a vantagem do quarto colocado para nós não é grande”, afirmou.
Só posso analisar sob o prisma de tirar a carga emocional dos jogadores. O tempo de recuperação entre um jogo e outro é curto e não dá para produzir sobrecarga emocional em um jogo tão importante. É preciso descansar o corpo e a mente para um jogo estratégico. Dentro da conjuntura vivida pelo Guarani, é um acerto.
Vai dar certo no gramado? A bola dirá.
(Elias Aredes Junior)