A vitória do Brasil sobre a Suiça por 1 a 0 e o carimbo para disputar a fase de oitavas de final de Copa do Mundo do Catar não pode ser analisado em cima de uma única camada. Pelo contrário. O segundo desempenho do escrete canarinho mostrou virtudes que credenciam a equipe a sonhar e almejar a decisão.
Pode cair antes? Pode. O futebol é maroto. Mas não há como esconder os frutos do trabalho do senhor Adenor.
Quando começou com Fred no meio campo, Tite prestigiou o jogador bancado em boa parte dos amistosos e eliminatórias. Ficou a frente e não deu certo. A equipe variava em clássico 4-4-2, mas também exibia um posicionamento com quatro defensores, um volante, os quatro ofensivos posicionados em linha e Richarlison.
O time pecava na lentidão e na reposição de bola. A troca de passes dava chance para o time suiço armar-se atrás da linha da bola e com a marcação dupla em cima de Vini Junior e Richarlison e a ausência de criação deixava e impressão de que tudo parecia tudo perdido.
Devemos aplaudir, no entanto, o treinador que vê o jogo e busca saídas. Que tenta. Pode até errar mas não peca por omissão. Por uma questão técnica e física, Lucas Paquetá não estava bem. A colocação de Rodrygo no ataque na etapa final proporcionou um frescor e uma parceria com Vini Junior que confundiu a marcação suiça.
Como Fred tomou cartão amarelo, a entrada de Bruno Guimarães acidentalmente foi um marco positivo. A partir de sua entrada, a bola saiu com mais velocidade, a troca de passes confundia a defesa adversária e o gol anulado de Vinicius Junior era o prenúncio de que algo bom poderia acontecer. E aconteceu. Um tapa de primeira de Casemiro e jogo resolvido.
Em 90 minutos, o torcedor assistiu a uma equipe que passou dificuldades e soube se safar delas com esquemas treinados e bem azeitados. E com um detalhe: nova atuação soberba do sistema defensivo, requesito vital para ganhar uma Copa do Mundo. Por enquanto, o posicionamento defensivo do Brasil em 2022 só encontra parâmetro parecido com aquilo que Parreira montou em 1994.
São apenas dois jogos é verdade. Mas não é como negar: o Brasil é candidatissimo a disputar a final. Só não vê quem não quer.
(Elias Aredes Junior-Com foto de Lucas Figueiredo-CBF)