Como o Guarani ganhou o dérbi 206 e encorpou o sonho do acesso

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Existe uma fórmula a prova de falhas no futebol. É quando a comissão técnica e os jogadores encontram uma sintonia fina, em que gestos são antecipados e a leitura de jogo é realizada de maneira apurada e sincronizada. Este foi o principal mérito da vitória do Guarani sobre a Ponte Preta no dérbi 206.

Antes da bola rolar, a aposta era de que o Guarani iria com tudo nos primeiros 20 minutos e utilizaria a velocidade de Bruninho, João Victor e Bruno José para abastecer o ataque com Derek. Os laterais ficariam mais recatados e tudo seria feito por intermédio do toque de bola, já que a Ponte Preta tem bom jogo pelo alto.

Um fato mudou tudo: chuva no Brinco de Ouro. Que provocou até a paralisação por cinco minutos. O que poderia ser um desastre para uma equipe técnica e veloz transformou-se em uma lição de adaptação ao ambiente. Em boa parte do tempo, o expediente utilizado foi a de utilizar os zagueiros e os volantes para o acionamento da bola longa. Mas não para a disputa pelo alto e sim pela projeção no espaço em que os atacantes poderiam ganhar no mano a mano e ir para dentro da área. A atuação do João Victor demonstrou esta estratégia de maneira cabal.

Conforme o tempo foi secando, a equipe bugrina voltou ao toque de bola inicial e quase ampliou o marcador. Existia um padrão e uma linha de ação definida.

O segundo tempo demonstrou algo que tanto torcida como imprensa devem se conformar para as próximas rodadas. O recuo é deliberativo. A marcação, com encurtamento dos espaços entre os jogadores, serve para buscar a retomada rápida de bola e o contra-ataque. O técnico Pintado e os jogadores pontepretanos alegam que a Macaca foi melhor e teve mais a bola na etapa final. Existe o outro lado da moeda. Será que não foi o Guarani que consentiu esse dominío para exercer o que tem de melhor que é a sua velocidade? Fica a reflexão.

É um esquema brilhante? Diria que é funcional. É o suficiente para brigar e até conquistar o acesso. A força do conjunto produziu a vitória no dérbi. Erros individuais e falta de concentração produziram derrotas contra CRB e Juventude no Brinco de Ouro. É isso que deve ser assimilado. O resto é perfurmaria.

(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)