Decidir o futuro do futebol do Guarani no dia 13 de agosto é uma atitude que beira a inconsequência

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O Guarani virou um saco de gatos. Guerra política a vista de todos. Propostas de terceirização do futebol profissional e das categorias de base são colocadas na mesa como se fossem um prato francês de última estirpe.

Nem tanto. Os corredores do Brinco de Ouro afirmam que Palmeron Mendes Filho é favorável à proposta do Roberto Graziano. Outros afirmam que uma parte do conselho deseja o consórcio formado por Nenê Zini.

Nesta panaceia só tenho convicção de um ponto: decidir de afogadilho o futuro do Guarani nos próximos anos em quatro, cinco dias e bater o martelo no dia 13 de agosto é de uma temeridade sem tamanho. Beira a irresponsabilidade.

Em primeiro lugar porque o Guarani está no transcorrer de uma temporada. É de se entender que o planejamento financeiro está realizado em conjunto com a juíza trabalhista Ana Cláudia Torres Viana. Ou seja, todo mês os jogadores bugrinos são orientados a se dirigirem ao local determinado pela Justiça e receberem os seus proventos.

O próprio Palmeron já assegurou a permanência de Luciano Dias no comando do futebol, de Umberto Louzer no banco de reservas e contratações já foram realizadas para repor as saídas do lateral-direito Lenon, do goleiro Bruno Brígido, do volante Baraka e do armador Bruno Nazário.

É de se pensar que essas reposições foram pensadas e planejadas no quadro atual do Guarani, sem a presença de uma empresa terceirizada no departamento de futebol.

Fica a pergunta: a quem interessa tal afobação? Por que fazer uma votação a toque de caixa e entregar a atividade fim do clube para um ou para outro? Com que objetivo discutir em três ou quatro dias um quadro que ficará presente na vida do Guarani por, no mínimo, três anos?

Neste instante a melhor saída não é escolher Graziano e nem Nenê Zini e sim detonar um processo de estudo e debate sobre a melhor proposta.

O presidente do Conselho Deliberativo poderia, por exemplo, convocar os presidentes do Londrina e do Figueirense para que eles dissessem aos associados bugrinos as vantagens e as desvantagens que a terceirização acarretaram em seus clubes. Clique aqui e entenda como funciona esse processo no Paraná e em Santa Catarina.

Uma assembleia de Sócios somente para Nene Zini defender a sua proposta e outra reunião destinada para as explicações de Graziano. E somente depois disso é que ocorreria a votação e a proposta vencedora assumiria o Guarani no ano que vem.

A cautela tem motivo para existir. A torcida do Guarani já sofreu demais. Foi enganada em demasia por promessas vazias e artificiais. Ou alguém esqueceu da turbo system?

O clube vive um deserto de dirigentes e de pessoas competentes para tocar. E é por tudo isso que o próximo passo tem que ser adotado com todo o cuidado. Caso contrário, seja qual for o vencedor, o Guarani corre o risco de cair em um novo abismo. Sem hora para sair.

(análise feita por Elias Aredes Junior)