Nos últimos dias, a proposta de aluguel do setor de Paineiras mexeu com a torcida da Ponte Preta. Muitos colocaram-se contra a oferta por entender que é um patrimônio não só do clube, como é da torcida. Para entender estas e outras questões, a reportagem do Só Dérbi entrou em contato com a diretoria da Macaca para falar sobre a questão. Acompanhe as respostas encaminhadas por intermédio da assessoria de imprensa e tire suas conclusões.
1-É verdade que não existe mais a permissão para novos sócios no Jardim das Paineiras? Se a resposta for positiva, qual o motivo?
O número de sócios no Paineiras vem caindo de maneira crescente há anos e , como praticamente inexistia procura pelos títulos patrimoniais, a Ponte criou a categoria de frequentador eventual, um “plano pré-pago”, na qual a pessoa paga apenas o mês que frequenta. Existem ainda os usuários-contribuintes.
Para se ter uma ideia, há quatro anos a unidade tinha cerca de 100 sócios patrimoniais, em 2015 eram 50 e agora restam 25, sendo que destes apenas uma dezena efetivamente frequenta a unidade. Somando as demais categorias de associados, em 2015 havia cerca de 150 ao todo (incluindo os patrimoniais) e 2016 fechou com 80 sócios, entre eles os 25 patrimoniais. Como não havia demanda pelo sócio-patrimonial e a Diretoria Executiva vai propor o fechamento do clube social, não estão mais sendo comercializados os títulos deste tipo de sócio.
2- Apuramos junto a duas fontes que eles consideram o desligamento do Jardim das Paineiras uma maneira de dificultar a reunião de grupos oposicionistas, que tinham o local como uma referência. Como a diretoria responde tal acusação?
Infelizmente estão circulando, em especial na Internet, uma série de boatos risíveis e descabidos como este. A razão para a proposta de desativar o clube é uma e uma apenas: ele dá prejuízos de centenas de milhares de reais à Ponte Preta, que não é uma empresa mantenedora de clubes sociais e sim um time de futebol. Vale ressaltar, inclusive, que a Ponte ofereceu a uma comissão formada por sócios do Paineiras, lideranças, a oportunidade de que eles gerissem o clube por conta própria,utilizando um CNPJ que criariam para isso, mas esta ação não prosperou.
3- Por que o local não é mais utilizado como espaço para eventos voltados ao sócio torcedor?
A Ponte utilizou algumas vezes, de fato, a unidade uma ou duas vezes para confraternização do TC10+. Porém os próprios torcedores preferem outros espaços, como o Majestoso, pela localização e relação afetiva. Ademais, estes eventos por vezes, exigem espaços abertos que o Paineiras não dispõe, e a relação custo benefício não compensa.
4- A diretoria não considera que a proposta de adesão fica prejudicada diante do fato de que alguns clubes ainda recebem boa frequência como a AABB? No caso dos outros clubes que estão na situação do Paineiras, elas já adotaram algum procedimento e que ainda não foi feito pela Alvinegra?
A Ponte já adotou inúmeras alternativas. Criou a categoria de frequentador eventual (o “plano pré-pago”, na qual a pessoa paga apenas o mês que frequentava), fez diversas campanhas junto a empresas para utilizarem o espaço, ofereceu novas modalidades de aulas esportivas no local, planos de uso da academia, abriu franquia da escolinha de futebol no local. Promoveu a locação, inclusive com preços promocionais mais em conta que outros clubes Infelizmente, das quadras, ginásio e campos do Paineiras (também ofereceu bons descontos no aluguel do salão e do Rock Room). Tudo em vão. No entender da Diretoria Executiva, tudo o que poderia ser feito foi realizado e os prejuízos continuam se acumulando. Além disso, ressalta-se, a atividade fim da Ponte Preta não é a administração ou manutenção de um clube social.
5- A Ponte Preta tem deficiências em relação a outros clubes. O local não poderia passar por uma reforma e ser utilizado como local de concentração ou de utilização para os profissionais ou categorias de base?
Pelo contrário, a Ponte tem um CT de primeiro mundo, que passou por reformas na época da Copa do Mundo e que atende perfeitamente as necessidades de treino do time profissional, assim como o Majestoso tem academia de primeira linha e tudo perfeito para utilização do profissional. O recanto da Macaca também atende às necessidades da categoria de Base, inclusive com equipamentos comprados via Lei de Incentivo ao Esporte. E utilizar o Paineiras como espaço de concentração seria inviável por diversas razões, a começar que a passagem do ônibus levando os jogadores praticamente fecharia a rua e o transporte não conseguiria entrar no espaço, sem contar que o local não temo o isolamento geográfico necessário para os atletas estarem concentrados. Uma reforma não resolveria estes problemas e ainda geraria mais custos, quando a ideia é que aquele patrimônio passe a dar lucro.
6-A receita da unidade do Jardim das Paineiras pelo balanço financeiro divulgado é de aproximadamente R$ 632 mil e as despesas ficaram em aproximadamente R$ 1 milhão. Não há chance de reduzir despesas para se atingir o equilíbrio orçamentário?
A Ponte já tomou todas as medidas possíveis para reduzir custos, inclusive diminuindo o número de funcionários, que um dia foi 40, para atuais oito. As despesas que poderiam ser reduzidas, portanto, já o foram, e é impossível que um clube com aquela estrutura, localizado em região nobre da cidade (o que implica inclusive em valores mais altos de impostos) se torne lucrativo com 25 sócios patrimoniais. Quaisquer outras soluções já foram tentadas e esgotadas, inclusive a de oferecer aos próprios sócios que assumissem o clube, o que eles não quiseram. No entender da diretoria, portanto, a melhor solução é desativar o clube.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)