Dirigentes do futebol campineiro viajam para curtirem a Copa da Rússia e ficam de joelhos para a CBF. Tristeza sem fim!

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Ponte Preta e Guarani costumeiramente reclamam da estrutura do futebol brasileiro. Da obsessão de milhões e milhões de reais ficarem na mão de poucos. Em qualquer competição, disparam contra a desigualdade na distribuição das cotas de televisão e na impossibilidade de competir com os gigantes.

Erros de arbitragem? Culpa da CBF, que não tem dá atenção à formação dos árbitros e para os equívocos que decretam resultados decisivos. Sem contar a pressão sempre com vento a favor dos times de grande torcida.

Em um contexto como esse, não defendo rompimento. Nada disso. Até porque as retaliações seriam imensas. Um relacionamento cordial e sem querer ser aliado dos cartolas da CBF seria de bom grado. Não é desejo de ninguém apanhar, apanhar e apanhar nos bastidores da bola e ainda exibir um sorriso amarelo.

Os dirigentes não pensam assim. Ficam de joelhos para a CBF por vezes atrás de migalhas. Aceitam presentes que podem trazer benefícios pessoais e individuais, mas não angariam qualquer vantagem a instituição.

Construo tal cenário para destrinchar o convite aceito pelos dirigentes para assistirem a Copa da Rússia. Por questão de saúde, o presidente do Guarani, Palmeron Mendes Filho, não aceitou o mimo e repassou para Anaílson Neves, que hoje não tem cargo formal no alviverde, mas já foi responsável pelo departamento de futebol. Atualmente, este jornalista apurou que, apesar de não ter pasta oficial, é uma pessoa que participa do dia a dia do clube. Pela Ponte Preta, o convite foi aceito pelo próprio presidente José Armando Abdalla Junior.

Os dois convites não deveriam ser aceitos por dois motivos. O primeiro é pela abertura de dar brecha de que os dirigentes capitularam diante da sedução feita pela CBF. O segundo é mais profundo e temos que expor às claras. Se a Série B estivesse parada, assim como a divisão de elite, daria até para engolir. O futebol estaria paralisado e o planejamento seria tocado pelo departamento de futebol. Mas a segundona nacional vai continuar. Os dois times ainda lutam pela classificação e a presença do presidente pontepretano e até de um auxiliar e colaborador bugrino seriam vitais.

Nada disso. O que importa é fazer turismo em curto prazo e ficar de joelhos para a entidade máxima. Desse jeito, não há como sonhar com melhorias.

(análise feita por Elias Aredes Junior)