Dou total razão ao torcedor da Ponte Preta que está chateado ou até envergonhado pela atual situação financeira do clube. Ex-dirigentes acionam a agremiação na justiça, nova diretoria que tem a missão de quitar salários atrasados, promessas de auditoria para sentir o real rombo da instituição, temor pelo dia de amanhã, entre outros problemas. Não é fácil.
Pior: alguns pontepretanos, que se consideram a ultima bolacha do pacote utilizam as redes sociais para dar lição de moral ou de finanças e administração. Vendem a fórmula mágica para todos.
Evidente que competência na gerência do dinheiro no cumprimento dos deveres é fundamental. Só que não há fórmula mágica. Não tem guru ou mecenas. Só existe um caminho de salvação para a Ponte Preta: o gramado.
Pense por um instante. Nos últimos 30 anos, a Macaca nunca andou com as próprias pernas.
Longe disso.
Sempre dependia de alguém para fazer um aporte financeiro para deixar as contas em dia. Era um cenário falso, superficial. Por que? Pelo fato de que a Alvinegra não era autonôma e não contava com as receitas criadas por seus resultados.
Sei que será um processo demorado e dolorido. Que pode criar decepções profundas e dissabores.
No entanto, a única maneira de construir a paz na Ponte Preta é que ela gaste apenas aquilo que arrecada, seja com cotas de televisão, publicidade e sócio torcedor. Sem tirar nem por. E nada de emprestimos, mútuos e outros expedientes.
Dentro destes recursos a tareda é fazer o time ficar mais competitivo e melhorar o desempenho para automaticamente conseguir acesso a premiações mais polpudas e campeonatos mais rentáveis. E dentro do lucro aferido, o clube pagar os débitos em longo prazo e melhorar sua estrutura. Não tem saída.
SAF? A torcida e os associados já responderam que repelem a proposta. Sim, porque ao elegerem o MRP os votantes deixaram claro que a Ponte Preta não pode ter dono.
A Ponte Preta talvez tenha escolhido o trajeto mais duro. Mas que pode produzir os frutos mais sólidos. Será preciso deixar de sonhar e a torcida compreender que a caminhada será dolorida. Sem tal postura, é impossível pensar em final feliz.
(Elias Aredes Junior-Foto de Alvaro Júnior)