Escrevemos sobre a interferência e a ajuda de Nenê Zini no dia a dia do Guarani. Dissertamos das injustiças cometidas contra um empresário do futebol que, por vezes, tirou dinheiro do próprio bolso para deixar o clube de pé. Agora, ele comanda um pool para assumir o futebol do Guarani. Promete um contrato de três anos renováveis por mais três e destinar 30% do total arrecadado para o caixa do clube. Duro é que ainda pairam dúvidas no ar. Respostas precisam ser encaminhadas. Não dá para a assembleia de sócios escolher a sua proposta como se estivesse assinando um cheque em branco. Não dá.
O primeiro obstáculo diz respeito à estabilidade do trabalho. Sabemos que os empresários de futebol vivem da venda e da assessoria de jogadores. É licito, correto e decente. Qual a garantia de que o pool dará que existirá uma base de cinco, seis ou sete jogadores no time titular por uma ou duas temporadas? Equipes médias como Londrina, Brasil de Pelotas e Chapecoense só tiveram sucesso com a manutenção de boa parte do elenco e de sua comissão técnica.
Outro aspecto é em relação à intenção de assumir as categorias de base, confirmado por Nenê Zini em entrevista ao portal Carlos Batista. Ok, existe o interesse. É preciso responder: qual perfil será buscado nos times menores? Quais posições serão trabalhadas com maior carinho? Zagueiro? Volantes? Armadores? Quanto ficará para o Guarani em uma futura venda?
Outro detalhe importante: se as empresas vão assumir o departamento de futebol profissional e categorias, qual será o destino dos atuais funcionários que estão integrados e registrados pelo Guarani? Serão demitidos? Mantidos? Absorvidos pela futura parceira? Pois é.
Palmeron Mendes Filho grita aos quatro cantos de que o Guarani terá peso e ingerência nas decisões. Qual? Como? De que maneira? E se ocorrer veto a parceira vai aceitar?
Nenê Zini fez sua proposta. O que não dá é o Guarani considerar normal decidir um assunto tão complexo e cheio de nuances em três ou quatro dias. É suicídio planejado de sua história. Seja qual for o vencedor.
(análise feita por Elias Aredes Junior)