Em uma apresentação de aproximadamente 20 minutos e com a presença de representantes do Conselho Deliberativo e de torcidas organizadas, a Comissão responsável pela construção da Arena Ponte Preta foi pressionada nesta segunda-feira na Câmara Municipal a esclarecer como o novo estádio contemplaria os torcedores de baixa renda.
A menção partiu do presidente da Comissão de Educação e Esporte, o vereador Gustavo Petta (PC do B), mas o presidente da Comissão da Arena, o ex-presidente pontepretano Vanderlei Pereira, não respondeu a indagação do parlamentar, desconversou sobre o tema e preferiu centrar sua exposição na metodologia de financiamento. “Temos três investidores a serem escolhidos. Estamos escolhendo as taxas mais adequadas. Para Estádio e CT o custo seria de R$ 300 milhões. A Ponte Preta não terá participação alguma”, disse o técnico.
Para reforçar o viés elitista do projeto, o próprio responsável pelo projeto, Osvaldo Angelucci, disse que o projeto é baseado no Allianz Parque e na Arena da Baixada, locais em que fizeram visitas antes de finalizar o projeto.
De acordo com levantamento do site Globo Esporte.com, a média de ingresso no estádio do Palmeiras é de R$ 59, o mais alto da divisão de elite. O valor médio do ticket no estádio Paranaense é de R$ 27, um dos mais baixos. No entanto, o presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, Mário Celso Petraglia, afirmou em diversas ocasiões sobre a inevitabilidade da elitização do futebol. “O futebol é uma atividade extremamente elitizada, com fundamento econômico, ou seja, quem tiver dinheiro, estrutura, faturamento, faz um espetáculo de alto nível porque contrata os melhores artistas. Mas eu tenho certeza de que o futebol vai se manter cada vez mais forte no mundo e no Brasil. E agora com a vinda da Copa do Mundo de 2014 vai ser possível uma revitalização no modelo brasileiro”, afirmou o dirigente.
Já o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Pedro Maciel Neto, alertou que a Comissão da Arena, que será tema na reunião do Conselho Deliberativo, dia 28, é algo institucional. “Ao contrário do que pensam alguns, a Comissão da Arena não nasceu ontem. Ela existe há oito anos”, afirmou.
O vereador Gustavo Petta planeja realizar uma audiência pública para tratar o tema com maior profundidade.
(Elias Aredes Junior- foto de Henrique Brazão-Câmara Municipal de Campinas)