Em publicação realizada no dia 23 de abril no Diário da Justiça eletrônico foi finalizada a operação de desapropriação de parte do terreno localizado às margens da Rodovia dos Bandeirantes pertencente ao Guarani e que agora está sob responsabilidade da concessionária Rota das Bandeiras. A operação rendeu um valor de R$ 2,7 milhões. Uma noticia que você já viu em outros locais, mas que merece uma reflexão por outro ângulo.
O texto publicado na pagina 2074 do período do poder judiciário faz uma breve descrição daquilo que foi feito entre as duas partes. “(…)ante o acordo extrajudicial firmado entre as partes e já homologado pelo E. Superior Tribunal de Justiça, a transferência de valores deve, como já disposto nos despachos de fls.1387, 1412 e 1478, obedecer a ordem de penhoras. Nesse sentido, defiro a transferência, devendo a Serventia certificar a ordem das penhoras que ainda se encontram aguardando a satisfação (…)”, afirma um trecho do despacho.
Em contato com a reportagem do Só Dérbi, a concessionária Rota das Bandeiras confirmou a operação. “Esse processo de desapropriação foi finalizado em novembro/2019, com o depósito em juízo por parte da Rota das Bandeiras do valor de R$ 2.725,651,94. Houve acordo entre a Rota das Bandeiras e o Guarani para encerramento do processo”, disse a nota enviada pela empresa. “O pagamento da desapropriação refere-se à área de 25.950,87 m², utilizada nas obras de prolongamento do anel viário Magalhães Teixeira (SP-083), no trecho entre as rodovias Anhanguera e Bandeirantes. A obra foi entregue em dezembro/2015”, arrematou.
Concordo que você já leu ou ouviu esta noticia em outros veículos de comunicação. A publicação no poder judiciário talvez refira-se apenas ao arremate do processo. No entanto, este processo é a prova cabal de como as administrações temerárias arrebentaram com o Guarani.
O despacho deixa claro: todo o dinheiro foi utilizado para pagar penhoras que aguardavam. Não sabemos se foi usado 5%, 10% ou 100% do valor. Mas foi. Agora, já imaginou se não existissem ações judiciais? Se o Guarani tivesse sido administrado de modo decente nos últimos 20 anos. Traduzindo: o dinheiro entraria limpo nos cofres bugrinos e se fosse guardado poderia ser útil neste momento dramático. Mas infelizmente, boa administração não é o mote do Alviverde.
(texto e análise: Elias Aredes Junior)