Especial: os motivos que levaram a Ponte Preta a montar um time fraco para a Série B

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Vamos começar pela base: o elenco da Ponte Preta é mal montado. E fraco tecnicamente. Quando falo de elenco fraco digo no oferecimento de opções confiaveis ao técnico Hélio dos Anjos e jogadores com capacidade técnica.

Dizer apenas e tão somente que o time é fraco não explica tudo. Ás vezes, uma série de camadas são necessárias para desnudar e explicar porque uma equipe que já foi rebaixada na Série A-2 agora vive o sufoco do rebaixamento. Sem entender o processo que levou a esse estado de coisas, o time vai girar em circulos.

Em primeiro lugar é preciso dizer que nem tudo deve ser jogado fora. Ou alguém considera o goleiro Caíque França abaixo da critica? Longe disso. Evidente que se algo acontecer ao titular do gol pontepretano, o drama retornará com a falta de confiança que a torcida tem em Ygor Vinhas.

Por outro lado, após a saída de Fabrício- que foi uma decepção completa- a Macaca tem três zagueiros de bom nível técnico, que são o experiente Fábio Sanches e as promessas Thiago Oliveira e DG. Lamenta-se a falta de aproveitamento de Léo Santos, lesionado. Nas laterais, pode se dizer que existe um grande problema. Bernardo e Norberto pecam pela irregularidade enquanto que Ygor Formiga até tem arranque para ir a linha de fundo mas o seu cruzamento é muito deficiente.

Em contrapartida, a Macaca tem duas joias raras, que são os volantes Felipe Amaral e Léo Naldi. Rápidos, dinâmicos e com eficiência na marcação os dois atletas são esperanças de arrecadação de recursos no futuro. Muitos torcedores e cronistas esportivos afirmam que os garotos tem caracteristicas semelhantes e que por isso deveria buscar-se uma maneira de colocar um destes jogadores na reserva.

Discordo. E vou pelos numeros. Desde que DG assumiu a titularidade da zaga pontepretana foram quatro jogos disputados e três gols sofridos, sendo que diante de Sampaio Correa e Tombense o time não tomou gols. Fruto da solidez defensiva proporcionada por Felipe Amaral e Leo Naldi. Mas que demonstra por A mais B qual o principal problema da Ponte Preta: as escolhas equivocadas para o setor ofensivo.

Excetuando-se o atacante e artilheiro Lucca, quem trouxe satisfação plena ao torcedor? Danilo Gomes? Echaporã? E Pedro Junior que foi titular em um jogo e saiu no outro? Fracasso total. Complete o clima de horror ao fato de que a Ponte Preta não tem um misero armador para fazer a bola girar.

O próprio Hélio dos Anjos já disse em entrevistas coletivas que o clube ficou perto de adquirir um jogador com tais caracteristicas. Mas o fato é que o time trabalha na base da gambiarra e do improviso. A Macaca tentou emplacar Wesley, Ramon e agora tenta com um time mais reativo e sem trabalho no meio-campo e com a chegada de atletas como Fessin. Convenhamos: está muito, mas muito longe do ideal.

O fato é que o presidente Marco Antonio Eberlin desempenhou o papel de alguém que compra um quebra-cabeças de mil peças com uma figura de castelo, monta a borda de modo impecável mas com o passar do tempo perde as peças que trariam a figura do castelo na foto.

Querem uma prova?

Pegue esses nove jogadores: Gustavo, Cristovam, Rodrigo, Kadu e Marcelo Hermes; Léo Costa, Rômulo, Arilson e Lucas Xavier. Quem conhece o mercado da bola sabe que são jogadores comuns. Como a Ponte Preta tem no seu elenco.

Estes jogadores enumerados são os titulares do Criciuma que venceram o Ituano por 2 a 1 na rodada passada. Mas esses nove jogadores tem algo que a Ponte Preta não tem, por um vacilo do presidente pontepretano Marco Antonio Eberlin.

O Criciuma tem um armador na ponta dos cascos chamado Marquinhos Gabriel e conta com um centroavante especialista em Série B, Caio Dantas. E tudo isso com uma folha salarial que especula-se que não passa de R$ 800 mil mensais. Com essa receita simplória, o Criciúma terminou a 16ª rodada na quinta colocação.

Moral da história: a Série B é de nivel técnico tão abaixo que basta um ou dois jogadores diferenciados para qualquer time fazer diferença. Convenhamos: a Diretoria da Ponte Preta abusa e demais do direito de errar.