A saída repentina de Lenon estremeceu as estruturas do Brinco de Ouro da Princesa na última terça-feira, 12 de junho. O lateral-direito não participou do treinamento comandado por Umberto Louzer por questões profissionais e deixou em xeque o futuro no Guarani. Horas depois, em nota lançada à imprensa, foi confirmado o empréstimo ao Vasco da Gama, até o encerramento do Campeonato Brasileiro.
Ainda sem ter sido apresentado de forma oficial no clube carioca, o camisa 2 concedeu entrevista exclusiva ao Só Dérbi, revelou a ligação do técnico Jorginho, fundamental para seduzi-lo, analisou a passagem pelo Bugre e, mesmo com a renovação do vínculo até 2019, deixou a definição de sua carreira em aberto.
Quando você ficou ciente do interesse do Vasco? O que te motivou a aceitar a transferência?
“O convite do Vasco veio através do técnico Jorginho. Recebi a ligação dele e fiquei muito feliz com a oportunidade que surgiu na minha vida. O que me motivou é a chance de estar disputando a Série A do Campeonato Brasileiro e a visibilidade muito grande no novo clube. É isso que eu almejo na minha carreira, ou seja, estar sempre crescendo e evoluindo”
Você permaneceu por quatro temporadas no Guarani apesar da dramática situação financeira. Por que?
“O que me fez ir para o Guarani realmente foi a oportunidade que eu tinha na minha carreira em 2015. É um clube grandioso, de camisa e de tradição. Tem uma história muito bonita no cenário nacional e a possibilidade de ter visibilidade. Isso foi fundamental para estar conseguindo essa chance especial de hoje no Vasco”
O Bruno Nazário foi o seu melhor parceiro ofensivo?
“Sem dúvidas. O Nazário foi um grande companheiro, esteve ao meu lado na maioria dos jogos. Foi uma pessoa que me ajudou muito. Eu falo isso para ele até hoje: nossa parceria pelo lado direito foi muito bacana. Nós nos ajudamos e foi importante para o nosso crescimento e maturidade. Conseguimos ajudar o Guarani, levando-o à primeira divisão. Fico muito feliz por isso e desejo todo sucesso a ele”
No próximo ano tem Campeonato Paulista. Pretende voltar ao Guarani ou o empréstimo ao Vasco é caminho sem volta?
“O objetivo é se destacar no Campeonato Brasileiro pelo Vasco. Tenho uma grande missão pela frente, quero agarrar e atingir maiores voos na carreira. O destino a Deus pertence. O meu intuito é crescer e despertar interesse de uma compra de um outro clube ou até do próprio Vasco e dar continuidade ao meu trabalho para sempre evoluir. Tenho isso como meta para minha carreira e vou em busca disso”
Marcelo Chamusca e Umberto Louzer são dois técnicos da nova geração. Qual a diferença?
“Pude trabalhar com os dois. São dois grandes técnicos. O Umberto é um pouco mais novo que o Chamusca. É um treinador de muita vontade, garra e inteligência. Sabe aquilo que faz, pessoa de caráter e torço muito pelo seu sucesso. Fico feliz de ter trabalhado com ele e espero que atinja sempre o melhor na carreira que está só iniciando. O Marcelo Chamusca me ajudou muito, tem sua metodologia e estilo. Fico feliz também por termos conquistado o acesso pelo Guarani em 2016. Aquela época foi muito importante para o clube e para minha evolução. Não vou falar da diferença, mas sim da semelhança: a vontade de vencer e a inteligência. Marcelo tem sua maneira de trabalhar com jogadores e de lidar com as situações. O Louzer tem muita vontade e qualidade no dia a dia”.
Vitória contra o ASA, a goleada contra o ABC, o acesso contra o XV de Piracicaba e o título contra o Oeste. Qual desses jogos foi o mais importante com a camisa do Guarani?
“Tanto contra o ASA quanto o Oeste foram dois grandes jogos em que nos deram o acesso. É claro que contra o Oeste coroamos com título e isso é muito importante na carreira de um atleta. E também temos um momento glorioso: a nossa virada histórica, que ficou marcada pelo placar de 6 a 0, diante do ABC no segundo jogo da semifinal da Série C. Foram grupos vencedores que eu nunca vou esquecer. O XV de Piracicaba selou o nosso acesso também. Levo para carreira esses grandes momentos com a camisa do Guarani, colocando-o na Série B e Série A1 do Campeonato Paulista. Aos poucos, a gente vê que o clube vai se reerguendo e voltando à elite, que é o seu lugar”.
O que a passagem pelo Guarani representou na sua carreira?
“A passagem pelo Guarani representou muita coisa na minha carreira. Superação, pude dar a volta por cima, tive oportunidade em campo e visibilidade. Fico muito feliz por ter vestido essa camisa e por ter honrado esse manto. O que vivi ao longo dos últimos anos, momentos difíceis e de alegria, foram importantes para o meu crescimento profissional e amadurecimento. Tudo que conquistei recentemente devo ao clube”.
Uma mensagem ao torcedor do Guarani
“Gostaria deixar meu agradecimento ao torcedor bugrino. Muito obrigado pelo carinho e pelo respeito que sempre tiveram comigo durante esses três anos. Com certeza, fico na torcida e vocês estarão em meu coração”.
A PASSAGEM DE SUCESSO…
Sem o camisa 2, a comissão técnica conta com Kevin e Bruninho Souza à disposição. A diretoria ainda negocia a contratação de Alemão, com passagens por Botafogo, Internacional e Paraná.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: Letícia Martins – Guarani Press)