Fase aguda do Paulistão gera a pergunta incômoda: Doriva é a melhor opção para a Ponte Preta?

2
1.121 views

Doriva é o favorito para assumir a Ponte Preta para a Série B do Brasileirão. Vai desembarcar sob o signo da desconfiança. Do presente e do passado. Uma parte da torcida não engole sua saída intempestiva ao Morumbi e a consequente queda na carreira, cujo ápice foi o Paulistão com o Ituano em 2014.

O emaranhado de sentimentos de difusos ganha colaboração do próprio técnico. Ele não forneceu subsídios suficientes para que todos tenham convicção de que ele é a melhor escolha.

Se você tiver paciência e olho clínico, as quartas de final colocaram mais dúvidas do que certezas. Escrevo antes do duelo entre Corinthians e Bragantino, que definirá o ultimo semifinalista. Algo já é certo: o Novorizontino é a única equipe que não colocou obstáculos para o gigante conseguir o seu intento. Você pode sacar o argumento de que o time ameaçou em boa parte do primeiro tempo em Novo Horizonte. Não convence. Na maior parte do tempo, o Palmeiras foi senhor de si, dominou as ações e fez oito gols. Não tomou nenhum. Seus principais jogadores tiveram liberdade de ação total. Ou seja, Doriva não foi capaz de armar um sistema defensivo ou de arquitetar um paredão para dificultar as ações de Roger Machado. Poderia até perder, mas não com duas goleadas.

Pintado, com uma equipe limitadíssima do São Caetano, armou uma retranca que só não deu resultado no Morumbi graças às falhas do goleiro Paes. Léo Condé tanto priorizou a marcação no Botafogo de Ribeirão Preto que nivelou o jogo por baixo diante do Santos. O time de Jair Ventura encontrava-se sem inspiração? Verdade. Mas a Pantera da Mogiana foi lá e aproveitou. Mérito do treinador. O time caipira só não celebrou a classificação devido à incompetência nos pênaltis.

Se cair na Arena Itaquera, Marcelo Veiga pode bater no peito e dizer que arquitetou um esquema tático no Pacaembu em que sua marcação curta, com faltas picotadas e o trabalho de contra-ataque feito por intermédio de Vitinho produziu saldo positivo. Vitória incontestável contra o Corinthians, atual campeão brasileiro. E Doriva?

Não é questão de perseguir. É apenas constatar o trabalho feito em uma fase aguda de competição. A Macaca não pode brincar. Encontra-se em situação financeira delicada, não tem espaço para contratações e precisa encontrar um treinador capaz de formular primeiramente um sistema de jogo capaz de bloquear os espaços do oponente e ainda incutir o mínimo de ofensividade. Ou apostar em uma retranca e uma série de jogadas ensaiadas para viabilizar desempenho pelo menos mediano na Série B do Campeonato Brasileiro.

Doriva, no fundo, colocou um baita ponto de interrogação na mente daqueles que entendem minimamente de futebol.

(análise feita por Elias Aredes Junior)