Flamengo, Sport, Guarani e Copa União-1987: quando o futebol brasileiro vai encaminhar um pedido de desculpas ao alviverde?

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Os meios de comunicação espalham aos quatro ventos a comemoração do oitavo titulo brasileiro do Flamengo. Um sinal de soberania rubro negra no futebol brasileiro. Mas existe uma mácula nesta discussão. Para a CBF o campeão de 1987 é o Sport e não o Flamengo.

Fruto da confusão ocorrida nos bastidores do futebol nacional e que culminou em 1987 com a criação do Clubes dos 13 e da Copa União, com a presença dos 12 gigantes, mais o Bahia, Coritiba, Santa Cruz e Goiás. A história que culmina na criação da competição está aqui.

O que poucos abordam é que esta conquista flamenguista esconde a medida mais elitista e preconceituosa da história do futebol brasileiro, que foi a exclusão do América (RJ), quarto colocado e do Guarani, vice-campeão do Campeonato Brasileiro de 1986. Seria o mesmo que o Internacional, vice-campeão de 2020, estivesse inserido na Série B deste ano junto com Botafogo e Vasco. Não há como explicar e justificar.

Se por qualquer ângulo de analise a aberração não se justifica. O América (RJ) nunca mais se recuperou do tombo. E o Guarani, apesar de ter sido recolocado na Copa União de 1988 e anos depois ter se participado do mata-mata das edições dos Brasileirões de 1994,1996 e 1999 parece que sempre ficou com a necessidade de se afirmar na geografia da bola. Apesar dos resultados no gramado. Pelo menos no Século 20.

Dirigentes, imprensa de âmbito nacional e o mundo do futebol mostraram naquela ocasião o caráter elitista da proposta e sem sequer encaminhar um pedido de desculpas ao Guarani e ao time carioca. O futebol brasileiro é como a vida no Brasil: selvagem e predadora. Há muito tempo.

(Elias Aredes Junior)