Não existe clube mais identificado com goleiros do que a Associação Atlética Ponte Preta. Convenhamos: sempre goleiros de ótima qualidade, o que combina com o dia do goleiro. Na década de 1970, a ascensão pontepretana coincide com o aparecimento de Moacir e de Valdir Peres.
Tudo mudou (para melhor!) quando Carlos Roberto Gallo assumiu a titularidade da Macaca. Frio, elegante, ágil e dotado de uma percepção de tempo de bola absurda, Carlos teve tamanho talento que disputou três Copas do Mundo, sendo que, em 1986, foi o titular na eliminação contra a França.
Quando foi vendido ao Corinthians, os sucessores surgiram de maneira natural. O principal foi Sérgio Guedes. Qualidade todos viam, mas sua postura ética e de caráter desde a tenra idade serviu para marcar em definitivo o mundo do futebol. Tal escola foi seguida por André Dias e João Brigatti, este além de bom goleiro, um pontepretano de alma e coração.
Os anos foram turbulentos, os imprevistos amargos e nem isso foi suficiente para interromper a fábrica de goleiros no Majestoso. Lauro, autor de gol contra o Flamengo e Alexandre Neri marcaram história. Não há como desprezar o legado de Aranha.
Hoje no Avaí, o arqueiro em duas passagens participou de campanhas marcantes, como os vices campeonatos paulistas de 2008 e 2017 e sua disposição de auxiliar a Alvinegra a firmar-se como uma entidade na luta contra o racismo.
Goleiros forasteiros quebraram fronteiras, caso de Roberto Volpato, o melhor jogador da Copa Sul-Americana de 2013.
Só não há como fugir da história. Formar goleiros fadados a eternidade é a especialidade da Ponte Preta. Duvida? Ivan é a resposta para qualquer tipo de ceticismo.
(artigo escrito por Elias Aredes Junior)