Neste período de paralisação do futebol em São Paulo, a defesa básica é que o esporte não pode ser eleito como bode expiatório. Ou seja, como o detentor de todas as mazelas da pandemia. Concordo. Mas também não pode ter uma atitude arrogante, prepotente e vaidoso. De se considerar acima do bem e do mal. De jamais prestar explicações a ninguém.
Pior: de se recusar a prestar explicações sobre seus atos. A pesquisa publicada pela USP e que mostra um índice de contágio de 11,7% dos atletas em 2020 demonstra algo cabal: a Federação Paulista e os clubes não tem qualquer motivo para se vangloriarem do protocolo. Os dados demonstram de que é um fracasso retumbante. Alias, uma pergunta: diantes destes dados o que justifica o conceito de que o protocolo é seguro? Não é.
A comparação com outras ligas europeias é avassaladora. No Catar, o índice de contágio é de 4%; na Dinamarca: 0,5%; na Bundesliga, o principal campeonato da Alemanha, o percentual é de 0,6%.
Na comparação com a Premier League, a vergonha é ainda maior: 0,07%.
Diante destes números eu pergunto: do que o futebol paulista pode se orgulhar? Que justifica tamanha pose?
Que boleiros, técnicos e dirigentes façam a sua parte. Ou seja, diminuem o percentual de contaminação. Depois, que se apresentem para reivindicar algo. Antes disso, nada feito.
(Elias Aredes Junior)