Gilson Kleina assumiu a Ponte Preta. Será o treinador até o final do ano. Provavelmente renovará o contrato e fará o planejamento para a temporada de 2019.
Vai dar certo? Conseguirá os pontos necessários para terminar a Série B em paz? Respondo com uma expressão: ele não é o treinador que o torcedor pontepretano desejava, mas pode ser aquilo que a Macaca precisa.
A trajetória da Macaca na competição é dividida em dois capítulos: no primeiro, quando foi dirigida por treinadores até com bom repertório tático e leitura de jogo afiada e com João Brigatti. Em início de carreira, Brigatti não tinha um repertório que enchia os olhos. Só que os atletas corriam por ele e a confiança estava presente em cada olhar. Com seu jeito transloucado, frontal e sem enfeites, o ex-goleiro cativou os atletas. Com Doriva e Marcelo Chamusca, não sei por qual razão, a confiança ia ao espaço.
É neste quesito que entra Gilson Kleina. Sua principal especialidade é gerar cumplicidade nos elencos que comanda. Sabe como poucos trabalhar o aspecto emocional, transmitir confiança e extrair um potencial que os atletas por vezes sequer reconhecem em si. Foi assim em suas outras passagens na Ponte Preta. E nos clubes em que saiu, percebam que os jogadores ficavam extremamente chateados com a sua demissão. Foi assim na Macaca no ano passado, na Chapecoense e até no Palmeiras.
Sim, ele ainda está preso a alguns dogmas táticos como a insistência de montar os seus times com três volantes e montado no contra-ataque. Deveria apresentar variação de jogo. Mas o seu trabalho emocional deve ser valorizado. Até porque o jogador de futebol atual não tem o mesmo perfil de antigamente.
Não caiu nessa de demonizar totalmente um treinador ou santificá-lo. As pessoas têm virtudes, falhas, defeitos e contradição. É da filha.
Neste momento, as virtudes de Gilson Kleina podem ser essenciais para acalmar um clube em ebulição. Acredite: não é pouco.
(análise feita por Elias Aredes Junior)