Pobre do clube que não valoriza sua história nos mínimos detalhes. Com justiça, o Guarani sempre reverencia os campeões de 1978. Únicos. Imortalizados. Alguns não podem ser esquecidos. Percebemos que entramos no mês de dezembro e não recordamos enfaticamente o acesso mais improvável do Alviverde, que foi o vice-campeonato da Série B de 2009 e que completou 10 anos no ultimo dia 21 de novembro. Na ocasião, apesar da derrota para o Bahia, uma combinação de resultados carimbou o passaporte.
Foi o acesso mais improvável da história. Oswaldo Alvarez, o Vadão, assumiu um time arrebentado pelo rebaixamento no Campeonato Paulista. Promoveu uma revolução no elenco e fez contratações de impacto: Adriano Gabiru, Valter Minhoca e um certo Fabinho, que começou na reserva e virou titular absoluto.
Um time solidário, com forte poder de marcação e que tinha uma receita básica: desafogo com o lateral direito Maranhão e compactação no meio-campo que permitisse tranquilidade aos zagueiros Bruno Aguiar e Dão.
O elenco teve heróis inesperados. No primeiro turno, o jovem Caíque, encheu o pé em pleno Majestoso e colocou no ângulo. Ricardo Xavier, olhado com desconfiança no inicio de sua trajetória, anotou 14 gols e foi peça vital. Sem contar o goleiro Douglas, protagonista de atuações seguras e estáveis.
Uma equipe que ficou as 38 rodadas no grupo de classificação. Sem dar chance aos rivais. Venceu os dois clássicos com a Ponte Preta e mesmo diante do Vasco proporcionou jogos difíceis.
Tinha limitações? Diversas. Compensou com entrega, sintonia com a torcida e uma força emocional que poucas vezes testemunhei como cronista esportivo.
Lamentável que as referências daquele time tenham sido perdidas no tempo. Vadão saiu, voltou, foi vice-campeão paulista, andou pelo mundo da bola e fez história.
Mas algo é inegável: o Guarani de 2009 é o grande feito de sua carreira.
(Elias Aredes Junior)