Ficar sete jogos sem perder não significa que virou o Real Madrid. Perder do Figueirense não é a senha para virar o Ibis. A torcida do Guarani precisa deixar a irracionalidade de lado e entender por que a equipe sofreu três gols diante de um adversário que vive altos e baixos.
A conclusão óbvia é que o Alviverde perdeu por causa das falhas individuais, especialmente dos zagueiros Edson Silva e Éverton Alemão e o goleiro Oliveira no segundo gol.
Meia verdade.
Primeiro que o rendimento da zaga nunca esteve entre os trunfos do Guarani nesta temporada. Os atuais titulares não foram recebidos com carro de Corpo de Bombeiros e nem são campeões da venda de camisas.
Longe disso. Quando foram contratados todos sabiam de suas limitações.
A construção da derrota passa por dois fatores. O primeiro é que o sistema de marcação do meio-campo falhou. Deu espaço a Renan Motta e permitiu que a bola chegasse a Gustavo Ferrareis. Acontece.
É um filme repetido. Lembram do início do ano quando este jornalista apontou para a debilidade do meio-campo quando Baraka avançava e deixava espaço ao contra ataque adversário?
Aconteceu de novo. Denner não está lá à toa. Apesar de lento para atacar, tem eficiência na recomposição e ajuda a fechar os espaços. Os beques ficam mais protegidos.
Para piorar o quadro, outro fator deixou os zagueiros bugrinos ainda mais expostos: a recomposição era lenta e muitas vezes o Figueirense chegava na área em vantagem numérica.
Solução? Umberto Louzer nos treinamentos terá que enfatizar um posicionamento mais apurado dos meio campistas e que os beques não fiquem tão colados próximos da grande área.
Ficarem posicionados de forma a não se submeterem à correria adversária.
Em um futebol tão pobre de recursos e material humano como o do Brasil, é medida inútil pedir um caminhão de reforços. O que deve ser feito é a comissão técnica arregaçar as mangas e reposicionar a equipe. O resto é consequência.
(análise feita por Elias Aredes Junior/foto: Letícia Martins – Guarani Press)