Guarani no Paulistão: a hora é de ponderação e jamais de desespero!

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Com apenas 90 minutos contra o Bragantino, a torcida do Guarani ligou o sinal de alerta e emitiu um pessimismo estridente. Nenhuma relação com o clima que se vivia na véspera, em que existia uma proibição velada para criticar o técnico Osmar Loss ou apontar  incoerências no trabalho. A falta de raciocínio de conceitos simples impede a compreensão da conjuntura. Sim, futebol também é razão.

Longe de querer minimizar o revés diante do Massa Bruta. Só que seria de bom grado as pessoas entenderem o que ocorre. Não mudei minha visão: dentro das suas condições orçamentárias, tanto Fumagalli como Marcus Vinícius Beck formaram um elenco que poderá alcançar 11 pontos e ficar tranquilo em relação ao restante da competição.

Tal tiro na mosca não impede o aparecimento de entraves. O Guarani optou por formar uma equipe “cascuda” e cuja média de idade está em 27 anos. Qualquer professor formado em educação física ou profissional de fisiologia irá lhe dizer que 12 dias de trabalho após férias de 30 dias é impossível (impossível!) mostrar um rendimento de excelência diante de atletas com avançada faixa etária de idade.

As pernas pesam. Ah, então porque o Bragantino triunfou? Simples: porque Marcelo Veiga privilegia nos seus times um sistema defensivo com força física e um setor ofensivoleve e veloz, o que não traz tantos prejuízos. Sem contar que sua última partida do Bragantino foi no dia 09 de setembro do ano passado e com isso ganhou 132 dias para planejar 2019, apresentar o elenco e treinar antes da largada no Paulistão. Já o Guarani teve 56 dias para realizar idêntico processo. Não faz diferença? Lógico que faz!

O Guarani contou ainda com Inácio e Carlinhos, atletas oriundos do exterior e cujo processo de readaptação é inevitável. E mais: o primeiro tempo não foi ruim. O time demonstrou posicionamento ofensivo, retomada para defesa em tempo satisfatório e preenchimento dos espaços. O gol foi fruto muito mais de um incidente do que uma jogada armada.

Então, é caso de considerar que está tudo bem? Errado! Até por entender tal conjuntura de rendimento físico capenga e por já ter demonstrado um posicionamento , a hora seria do técnico Osmar Loss pensar em reforço da marcação do meio-campo e aos poucos pensar na retomada da estratégia com três armadores e um atacante de ofício.

Ponderação deve existir . Tanto da comissão técnica, dirigentes e da torcida. Nenhum time nasce pronto. O Guarani não seria diferente.

(análise feita por Elias Aredes Junior- foto de Letícia Martins- Guaranipress)