Quando frequentamos um curso para roteiristas, aprendemos os macetes e truques da famosa “Jornada do Heroi”, em que ocorre o desenvolvimento de um personagem do nascedouro até a glória.
Alguns diretores conseguem subverter os preceitos e fazem obras inesquecíveis. Em algumas ocasiões não dá para entender o que acontece. Tais premissas podem ser direcionadas ao Guarani nesta edição da Série C.
Começou fadado ao rebaixamento com três derrotas iniciais. Marcelos Fernandes surgiu para apaziguar o ambiente e viabilizou uma reação suficiente para sair da zona do rebaixamento, insuficiente para entrar no grupo de classificação.
Assim como um jogador determinado a uma jogada de alta ousadia, o executivo de futebol, Farnei Coelho demitiu Fernandes, contratou Matheus Costa, que disputou nove pontos e ganhou sete. Os adversários tropeçaram e agora o Guarani está a duas vitórias de participar dos quadrangulares. Sem um goleiro confiável e ausente de um segundo volante com capacidade para fazer a diferença.
Com tanta confusão, quem pode salvar? É, a torcida. O duelo com o Confiança (SE) é decisivo. Ouso dizer que um Brinco de Ouro com quatro ou cinco mil torcedores é um tomar um “gol virtual” para fortalecer o adversário.
O Guarani tem tudo para construir um improvável final feliz. Fora do roteiro em virtude dos erros do Conselho de Administração, da montagem equivocada do elenco e o atropelo da discussão da SAF que deveria ficar em segundo plano. Afinal de contas, o Guarani não disputa o acesso.
O Guarani clama por sua sobrevivência.
Quer sair da UTI. E a instituição, sabe que sem a torcida, os jogadores são apenas portadores de chuteiras com talento mediano. É a arquibancada que transforma rapazes comuns em heróis eternos. O primeiro passo é contra o Confiança. Tomara que as cenas agradem a plateia. De filme de terror, o bugrino está de saco cheio.
(Artigo escrito por Elias Aredes Junior-foto de Raphael Silvestre-Guarani F.C)