Incrível, os dirigentes de Ponte Preta e Guarani estão certos: é preciso lutar por um dérbi completo. Dentro do campo e nas arquibancadas!

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Nunca escondi minha resistência aos dirigentes de futebol. Especialmente em Campinas. Vaidosos, incompreensivos ao trabalho da imprensa crítica e independente. São  incapazes de reconhecerem os seus erros e, de quebra, viraram protagonistas deste período de estagnação permeado de lampejos de avanços do futebol campineiro e que já dura, no mínimo, 20 anos. Se existiram resultados no gramado, o avanço institucional não foi na velocidade exigida para o futebol competitivo do Século 21. Fato.

No entanto, existem gestos que devem ser elogiados. Digo especificamente sobre a notícia publicada neste Só Dérbi sobre a intenção do presidente do Guarani, Palmeron Mendes Filho, e da Ponte Preta, José Armando Abdalla, de lutarem pela presença das torcidas visitantes nos dérbis programados na segundona nacional. Estaria sendo articulada até a presença de Abdalla na tribuna do Brinco de Ouro no clássico do primeiro turno. Ótima ideia.

São iniciativas que ficam no grupo de algumas ideias como no clássico entre Grêmio e Internacional, cuja principal iniciativa é a torcida mista, seja no Beira Rio ou na Arena gremista.

Apesar de compreender os motivos que levaram a adoção de torcida única, eu faço uma pergunta: dá para assegurar que não teremos confusão caso o Brinco de Ouro e o Majestoso seja ocupado por uma única torcida? A resposta é não.

Com a proliferação das redes sociais, o procedimento mais corriqueiro é de torcidas combinarem brigas. Infelizmente por vezes com data, horário e local. E pouco se importa com a segurança de inocentes.

A violência no futebol, assim como aquele registrado na sociedade, não se resolve com medidas deste tipo. Em primeiro lugar, é preciso investigar, descriminalizar as torcidas (isso mesmo que você leu!) e fazer um trabalho de inteligência que separe o joio do trigo. E quem for joio que seja punido com rigor. Vou além: trabalhos sociais precisam ser feitos para que os jovens e adolescentes encarem o futebol de maneira saudável e fiquem integrados a uma torcida organizada de maneira correta.

É preciso entender que a violência recebe como combustível uma sociedade violenta, excludente, preconceituosa e que muitas vezes os jovens aderem à torcida organizada não só como forma de integração, mas como único caminho de diversão. E de acordo com o professor Maurício Murad, apenas 6% dos integrantes de torcidas organizadas estão envolvidos em eventos violentos. Pense: você acha que torcida única vai evitar algo fora dos estádios? É justo punir quem deseja acompanhar um clássico ausente do calendário há cinco anos? Não seria salutar cobrar da Polícia Militar um trabalho  inteligente para que tudo transcorra normalmente dentro dos estádios? Pense e reflita.

Sem inteligência, trabalho de médio e longo prazo não haverá solução. O dérbi não pode ficar sem o seu sentido completo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

6 Comentários

  1. O Ministério Público está correto !!!!

    Vidas serão poupadas !!!!!!

    As torcidas de ambos já demonstraram que são extremamente violentas !!!!

    Inclusive em casos bem recentes !!!

  2. Cumpre ressaltar que o majestoso está interditado !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Se houver casos graves de lesão corporal ou até mesmo morte , todos os envolvidos com o evento deverão ser responsabilizados !!!!!!!!

  3. Na invasão do Majestoso e na briga em frente ao Brinco de Ouro(casos mais recentes) tem imagens q da pra identificar todos os envolvidos….faz esses caras se apresentar na delegacia no dia dos derbis.
    O torcedor de bem estará protegido e o Clássico poderá ser completo.
    Alternativa existe, é só o MP ter iniciativa pra resolver o problema e não ficar “varrendo a sujeira pra baixo do tapete”