Entendo o ceticismo do torcedor do Guarani. Uma equipe com qualidade péssima e sem brilho, e vem de um campeonato paulista deplorável. Uma baciada de jogadores limitados foram contratados e os dirigentes na autêntica “cara de paisagem”, em que o principal conceito é transmitir que tudo vai bem. Se eles já erraram tanto, como confiar de que podem acertar na reta final? Concordo. Os dirigentes não dão esperança de nada.
Por um instante relembre esta frase da entrevista coletiva concedida após o jogo pelo técnico Allan Aal. “Esse tipo de cobrança (dos torcedores), sem passar dos limites, serve de motivação para nós. Eles são reflexo do que entregamos em campo e nunca deixaram de perceber a entrega do time. Vai ser uma busca incessante até a última rodada, mas esperamos que possamos sair o quanto antes”, disse.
Perceba: Allan Aal acredita. Já esteve em situação semelhante. E conseguiu se salvar. Foi em 2022 com o Vila Nova. Caso aconteça em 2024 será um feito inédito. Hoje improvável. Impossível até.
Pense: Allan Aal poderia adotar a postura do presidente do Atlético-GO, Adson Batista, que jogou a toalha na Série A. Vai se preparar para Série B. Ele não tem qualquer compromisso sentimental com o Guarani. Zero. Poderia ser profissional, tocar a “lojinha” até a 38ª rodada, pegar os seus dividendos e voltar para sua residência. Nada disso ele acredita, os jogadores também acreditam. Botam fé de que vão superar suas limitações e tirar o Guarani do atoleiro.
Pense: se personagens que tem um interesse muito menor na instituição Guarani do que qualquer torcedor ainda não desistiu, porque o torcedor desistiria? Por qual motivo deveriam deixar o clube ao relento?
Tem que batalhar até a última rodada. Se não der paciência. Mas não dá para dizer. Isso vale para quem senta no banco de reservas. Para quem entra no gramado. Ou para quem senta na arquibancada.
(Elias Aredes Junior-com foto de Raphael Silvestre-Guarani F.C)