Lesões, falta de camisa 9 e improvisos: Brigatti encara problemas no ataque da Ponte

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Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Série B do Campeonato Brasileiro. Eduardo Baptista, Doriva e João Brigatti. Independente da competição ou do treinador, um problema em comum atrapalha a Ponte Preta ao longo da temporada: o ataque.

Em 43 partidas oficiais de janeiro para cá, são só 35 gols marcados, média inferior a um tento por jogo. A ineficiência do sistema ofensivo também reflete nas estatísticas. São 14 vitórias, 15 empates e 14 derrotas.

  • LESÕES:

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelas comissões técnicas diz respeito ao alto número de lesionados. A principal vítima atende pelo nome de Felippe Cardoso. O atacante, autor de quatro gols até agora, teve edema na coxa esquerda na derrota para o Mirassol, no final de fevereiro, e ficou fora de combate por duas semanas. Depois, com nova lesão, desfalcou a equipe por um mês e sequer participou da campanha que resultou no título do Troféu do Interior.

O jogador de 19 anos está sem entrar em campo desde 19 de maio, no revés para o Atlético-GO, quando teve pubalgia e ficou entregue ao Departamento Médico. Hoje, faz trabalho de transição física, mas ainda não tem data definida para ser relacionado.

Roberto, companheiro de posição, foi contratado na primeira semana de maio, participou do dérbi e, um mês depois, se machucou. O ex-atleta do Ceará teve lesão no ombro e passa pelo mesmo processo de Cardoso. No início de março, Felipe Saraiva também foi desfalque por questões médicas.

  • CAMISA 9:

O elenco da Ponte Preta ainda não teve nenhum jogador de referência que pudesse transmitir total confiança à diretoria, comissão técnica e torcedores. No Estadual, Silvinho até tentou jogar na posição e não colheu frutos saborosos. Felipe Cardoso vinha sendo escalado até se machucar, mas não tem tanta autenticidade.

No momento, o técnico interino João Brigatti utiliza Júnior Santos, embora o baiano prefira atuar pelas beiradas do gramado. Ele, inclusive, ganhou várias oportunidades com Doriva no setor em que mais gosta: foi assim contra Náutico, Londrina, Guarani, Flamengo (duas vezes pela Copa do Brasil), Vila Nova e Sampaio Corrêa. O ex-Ituano recebeu fortes críticas entre maio e junho, até reencontrar o caminho das redes no empate com o CSA e encerrar jejum de 13 partidas. No ano, são cinco gols marcados e status de goleador máximo do elenco ao lado de André Luís.

Victor Rangel foi contratado pela diretoria para a sequência da Série B do Campeonato Brasileiro e tem como característica principal atuar centralizado, apesar de tem capacidade de atuar espetado pelos lados. Outra alternativa é Roberto, que já desempenhou essa função nos tempos de Ceará ou, em último caso, André Luís.

Luís Fabiano, por sua vez, era o nome aguardado pela torcida para o segundo semestre, mas segue em recuperação de lesão no Moisés Lucarelli e sem perspectiva de acerto com o clube.

  • IMPROVISOS:

As improvisações acontecem praticamente em todos os setores da Ponte Preta. O destro Ruan, por exemplo, tem atuado como lateral-esquerdo. O zagueiro Nathan, por sua vez, foi escolhido para ser volante e proteger a cabeça da área. O problema mesmo é na frente.

Enquanto as lesões musculares não atrapalham e apresenta condições físicas, Tiago Real tem vestido a camisa 10 e sido o responsável pela armação. O detalhe é que o jogador não tem como função principal a criação de jogadas, mas sim como segundo homem do meio-campo. O mesmo acontece com o volante Paulinho quando é improvisado. Murilo Henrique, embora tenha perfil mais ofensivo, ainda não mostrou cacoete para assumir a responsabilidade e apaziguar a insatisfação dos torcedores.

Para piorar, nenhum centroavante de origem conseguiu ter sequência quando escalado desde o início da temporada. O garoto Yuri até foi premiado com algumas chances, mas acabou sendo rebaixado ao time sub 20 no fim do primeiro semestre.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: Ponte Press)