Mazola Junior precisará de tempo e respaldo para implantar o seu trabalho? A diretoria adotará tal postura?

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Torcedores da Ponte Preta ficaram decepcionados com aquilo que viram no empate sem gols contra o Oeste. Um time que criou pouco, não empolgou em nenhum momento e de quebra correu risco de ser derrotado e só foi evitado graças a produção do goleiro Ivan.

Não dá para dizer, entretanto, que tudo deve ser jogado na lata do lixo. Luis Ricardo teve bons momentos e Hugo Cabral deu um dinamismo interessante. Considero, no entanto, que a missão está muito mais a cargo de Mazola Junior do que aos jogadores.

O que se verificou nos 90 minutos foi uma equipe com os setores distantes uns dos outros e muitas vezes com a marcação frouxa, sem apertar para a retomada da bola, algo atrapalhado também pelas dificuldades dos volantes Edson e Nathan. Este foi um sinal claro de que o técnico pontepretano deverá focar o seu trabalho na questão de posicionamento. Ou seja, fazer que a equipe seja mais compactada e tenha uma marcação mais agressiva. Pode surtir efeito já na quarta-feira contra a Ferroviária? Pode. E se não ocorrer a evolução desejada?

Neste instante, a diretoria pontepretana deverá aparecer. Se existe convicção no trabalho de Mazola Junior, é preciso encontrar-se preparada para segurar a barra das eventuais críticas. E pensar em médio prazo. Por que? É preferível a Macaca sofrer para formatar um modelo de jogo no Paulistão e entrar em velocidade de cruzeiro na Série B do Brasileirão do que viver de solavancos. É colocar no passado o que acontecia anteriormente, quando qualquer resultado imprevisto colocava o treinador na arena cheia de leões famintos enquanto os dirigentes desapareciam. Eduardo Baptista, Brigatti, Marcelo Chamusca, Doriva e até Gilson Kleina. Todos os últimos treinadores receberam tal postura da diretoria. Hora de mudar o disco.

Pelos times em que passou, Mazola Junior já provou com sobras capacidade de fazer a diferença. Se ele fizer sua parte (e tenho certeza que fará) cabe a diretoria blindá-lo para desenvolvimento do trabalho. Não dá mais para a Ponte Preta ser a sua principal adversária para ver as coisas acontecerem.

(análise feita por Elias Aredes Junior com foto de Fábio Leoni-Pontepress)