MP altera contratos de televisão. Saiba porque Guarani e Ponte Preta devem colocar as barbas de molho

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Uma Medida Provisória emitida nesta quinta-feira pelo Presidente Jair Bolsonaro promete sacudir o futebol Brasileiro nos próximos dia. Na prática, a partir de agora basta a emissora de televisão entrar em acordo com os mandantes que a transmissão poderá ser feita. E mais: o direito de 5% de arena, que anteriormente era dividido entre os sindicatos dos atletas, agora irá para o bolso dos atletas envolvidos nas partidas.

Não caia na esparrela de pensar que a mudança será imediata e perene. Existem várias nuances. Uma Medida Provisória tem validade de 60 dias e prorrogáveis por mais 60 dias. Ou seja, estamos falando de uma lei com validade até meados de outubro.

Você assegura que o Brasil será o mesmo até lá? Sem contar que pode ser devolvida ou até reprovada em plenário.

Coloque neste caldeirão o fato de que tanto a Câmara dos Deputados como o Senado Federal tem  componentes da bancada da bola como de empresários proprietários dos veículos de comunicação. Empresários que certamente podem se alinhar os interesses da Rede Globo, que claramente vai se opor a medida. E nem a bancada da bola é uniforme. Existem ali parlamentares que representam os interesses de times grandes e de equipes pequenas, que vivem realidades distintas.

Se realizarmos uma análise fria e calculista, a medida pode ter reflexos variados. Para os gigantes,  o motivo é de comemoração. As equipes poderão colocar os seus preços e sem depender das equipes menores.

Que agora estão em quadro delicado. Se por um lado podem arrecadar e fazer transmissões por streaming e por outras plataformas para alcance regional, por outro perdem uma importante fonte de recursos, que são as cotas de televisão.

Não se iluda: para esses times, a quantia vai cair. E muito. Por que? Simples: quando pagam uma determinada quantia para uma equipe de menor porte, a televisão prevê a presença desses times também contra os gigantes. Com essa MP, isso acabou. Ou seja, se eu fosse dirigente de Ponte Preta e Guarani eu estaria preocupado com tal notícia.

Rodolfo Landim, os cartolas do Flamengo e alguns diretores ávidos por hegemonia eterna tem motivos de sobra para sorrir. Para que busca um país mais diversificado e chance de crescimento para todos, não poderia existir notícia pior.

(Elias Aredes Junior)