Quando era adolescente, minha mãe implicava com meu gosto na hora da sobremesa. Gostava de gelatina com leite condenado como sobremesa. Ou pudim. Nada de coco. Não queria experimentar outros pratos e sabores. Nada de variação. Hoje chego a conclusão de que perdi a chance de experimentar muitas coisas legais e saborosas.
Recordo de tal história ao verificar a linha de trabalho da Ponte Preta e de Gustavo Bueno. Nada muda. O cardápio é previsível. Em boa parte dos casos, suas contratações são oriundas de Corinthians, Grêmio e do Cruzeiro. É difícil você verificar a Ponte Preta captar atletas de clubes que disputaram o Paulistão ou que estejam alojados em centros menores.
Angelo Aros fez exames médicos. Pode realizar um bom número de jogos e como prêmio retornará ao Corinthians com outro status. E a Ponte Preta? O que ganha com isso? Excetuando-se a questão esportiva, quase nada.
Não cola a desculpa de que não há talentos. Quando a Macaca quer e insiste consegue bons valores. Ou alguém esqueceu de William Pottker, que desembarcou após bom desempenho no Linense.
Há 11 anos, a equipe vice-campeã paulista fez história com os desconhecidos Elias, Renato Cajá, Eduardo Arroz, entre outros. Por que o método não é repetido? O que impede?
Ninguém aqui desmerece o trabalho de Gustavo Bueno. Mas o dia que acabar as categorias de base do Grêmio, Corinthians e Cruzeiro, certamente o rol de opções ficará menor.
Está na hora de buscar novos horizontes. Antes que seja tarde.
(Elias Aredes Junior)