O horizonte pode abrir em Porto Alegre. A Macaca não pode deixar escapar

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A Ponte Preta obteve a reabilitação no Campeonato Brasileiro ao vencer o América Mineiro. Conquistou três anos em um jogo crucial e estratégico. Novos desafios colocam-se diante da Macaquinha. Escolhas ou prioridades devem ser feitas. O técnico Eduardo Baptista e os dirigentes agora vão se debruçar sobre um dilema: E agora? Onde depositar todas as energias? Diante de Grêmio ou Chapecoense?

Se tal pergunta fosse colocada em pauta há uma semana a resposta seria simples: ninguém entra para perder, a luta deve ser feita até o fim, mas não deve ser colocado um cavalo de batalha em cima de uma possível derrota para o Grêmio, líder do campeonato e com jogadores com capacidade de decisão. O argumento seria reforçado com a vitória sobre o Coelho e todos abraçariam o papel de franco atirador e o planejamento minucioso aconteceria para ganhar da Chape no Majestoso.

Reitero: tal raciocínio seria aceito há uma semana. Não vale mais. Não por causa do desempenho da Ponte e sim por aquilo que aconteceu com o tricolor gaúcho, cujo os efeitos surgiram contra o Palmeiras. O jogo, com final de 4 a 3 para os palmeirenses deixou sequelas. O goleiro Marcelo Grohe está na Seleção Brasileira e o volante Bruno Grassi não transmite a confiança do titular. Grohe dificilmente tomaria os quatro gols.

Se for escalado para atuar contra a Ponte Preta, é difícil prever o espirito e postura do volante Wallace, também convocado para defender o escrete canarinho na Copa América. A competição sul-americana ainda tirou do tricolor gaúcho o atacante equatoriano Miller Bolanos, contratado para ser a principal estrela na Arena.

Pior: a equipe não conta com atletas como o lateral-esquerdo Marcelo Oliveira, o atacante Henrique Almeida, Fred, Moisés, Pedro Rocha e Wesley. Convenhamos: para um técnico que preza a continuidade como Roger Machado são baixas consideráveis.

Ou seja, a Ponte Preta vai encarar um Grêmio sedento por reabilitação e com um poderio técnico forte e destemido. Sim, é favorito para o jogo, pois ainda conta com jogadores gabaritados como o armador Douglas e o atacante Luan, além do dinamismo de Giuliano. Mas é impossível negar que tal prognóstico está arranhado devido às convocações de Dunga, o excesso de serviço no departamento médico e a impossíbilidade de construir o chamado entrosamento com seus principais jogadores.

Se for inteligente, sagaz e preparar um esquema tático que saiba aproveitar de tais fragilidades, a Ponte Preta tem a oportunidade de pontuar e chegar muito mais motivada para o confronto com a Chapecoense, um duelo com clima de final. A parte inicial da decisão, no entanto, começa na Arena em Porto Alegre. É hora de comprovar que existe chance de ser competitiva, independente do oponente.

(análise feita por Elias Aredes Junior)