Perder por 2 a 0 do Operário em jogo realizado neste sábado pela segunda rodada da Série B do Campeonato Brasileiro é a menor das preocupações. Acredite. Afinal, até os times que conseguem o acesso sofrem dissabores em 38 rodadas.
Duro é constatar que três semanas de treinamentos ocorreram no Centro de Treinamento do Jardim Eulina e o time comandado por Hélio dos Anjos ainda se assemelha a uma casa que não foi completada. Está na fase do reboco e com portas que não foram colocadas. Se você não residiria em uma casa assim eu concordo. Por isso pego a metáfora para perguntar: neste atual estágio técnico e tático vai disputar a zona intermediária da classificação ou até o acesso? Díficil.
Porque só isso para compreender o gol contra feito pelo lateral-direito Bernardo. O lance ocorrido aos 27 minutos do primeiro tempo é o típico lance de quem tenta desesperadamente fazer a cobertura dos zagueiros.
Agora, vem a pergunta: é possível jogar adiantado com um típico zagueiro lento como Fabrício? Não, não dá. Sem contar que por vezes, é impossível compreender Léo Naldi jogar adiantado ou com preocupações criativas. Cria-se um buraco no meio-campo que qualquer contra-ataque vira um tormento.
Alterações foram feitas no segundo tempo. Algumas até pareciam que iria surtir efeito, como a colocação de Echaporã pelo lado do campo. Mas foi o Operário que fez o segundo aos 21 minutos da etapa final em complemento do zagueiro Thales.
E veja: mesmo com suas limitações, o Operário demonstrou mais entrosamento, timing de marcação e capacidade que a Macaca. Claudinei Oliveira foi contratado no dia 22 de março. Hélio dos Anjos chegou no dia 23 de fevereiro. Ok, concordo que neste meio tempo existiu o rebaixamento no Paulistão e a necessidade de remontar o time. Mesmo assim, o time deveria apresentar algo a mais. E não apresentou.
É motivo para desespero? Pânico? Não. É a segunda rodada. Temos mais 36 jogos pela frente. Só que não dá para ignorar que estamos tratando de um time que não vence desde o dia 09 de fevereiro, que fez 16 contratações e que prometeu por intermédio da diretoria executiva, comandada por Marco Antonio Eberlin, uma campanha de reação após o vexame no Paulistão.
Por enquanto, o horizonte não surgiu. Só nuvens densas. Que o torcedor pontepretano seja poupado de novo sofrimento.
(Elias Aredes Junior- Foto de André Oito-OFEC)