Os boleiros tarimbados da Ponte Preta serão surpreendidos pela juventude do Fluminense?

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As vitórias contra Coritiba, Atlético Paranaense e Sol de América concederam fôlego ao técnico Gilson Kleina agora envolvido em novo desafio, a de superar a juventude do time do Fluminense em jogo programado para domingo, às 16h, no estádio Moisés Lucarelli.

Tal tese não é fruto de delírio. São baseados em fatos. Treinado por Abel Braga, o tricolor carioca tem 22 dos seus 34 jogadores revelados nas categorias de base sediadas em Xerém.

O time titular que atuou, por exemplo, no empate contra o Cruzeiro tinha média de idade de 23 anos. Do time titular que atuou, apenas o goleiro Júlio César e o zagueiro Henrique estão com 30 anos. Independente da escalação escolhida por Abel Braga não há perspectiva de alteração do panorama.

A Ponte Preta por sua vez está calcada na experiência. Se a escalação contar com Léo Artur, a média de idade irá para 28,16. Com Renato Cajá, o resultado fica em 29,18 anos. No time titular, já estão assegurados o goleiro Aranha (36 anos), o zagueiro Rodrigo (36)e o atacante Emerson Sheik (38 anos). Se Cajá for o escolhido, serão quatro titulares trintões.

O balanço é equilibrado ao levar em conta as cinco últimas rodadas. O Fluminense faturou cinco pontos (Bahia 1 x 1 Fluminense;Fluminense 0 x 1 Botafogo; Coritiba 1 x 2 Fluminense; Fluminense 1 x 1 Cruzeiro e Fluminense 0 x 0 Corinthians) enquanto a Ponte Preta graças a reabilitação recente tem seis pontos acumulados (Corinthians 2 x 0 Ponte Preta; Ponte Preta 0 x 3 Bahia; Grêmio 3 x 1 Ponte Preta; Ponte Preta 4 x 0 Coritiba; Atlético-PR 0 x 2 Ponte Preta).

Então qual o perigo? É na questão física. Com um time jovem, o Fluminense tem uma marcação  forte e com poder de mobilidade. Os jogadores acompanham com versatilidade o toque de bola adversário e bloqueiam as triangulações ou tramas pela faixa intermediária. A demora do Corinthians em inaugurar o marcador teve esse principal fator. Sem contar o preparo físico com capacidade de atacar e fechar os espaços por 90 minutos.

A Alvinegra não pode cair na armadilha. Tem que atacar sim. Deve pressionar pela criação de oportunidades. Mas vai precisar valorizar a posse de bola não só com a intenção de propor o jogo e sim de quebrar a velocidade do oponente. Utilizar a bola parada para quebrar essa marcação. Um confronto aberto, com base na velocidade desenfreada é tudo que o Fluminense quer e deseja.

É insuficiente contar com jogadores experientes e não saber aproveitá-los. O duelo de domingo é uma oportunidade não só para explorar este potencial como para verificar de uma vez por todas se Gilson Kleina tem o elenco sob controle e consegue formular modelos de jogo alternativos.

(análise feita por Elias Aredes Junior)