Escolhido para ser treinador por uma suposta faceta moderna e contemporânea, o técnico do Guarani, Osmar Loss, caminha a passos largos para cair na antipatia ampla, geral e irrestrita caso os resultados não apareçam de maneira imediata.
Após recusar-se a dar escalação nos jogos treinos, sua resolução agora é que os jornalistas poderão acompanhar 15 minutos para captação de imagem e nada mais.
Concordo com o jornalista Carlos Rodrigues, do jornal Correio Popular que relatou no Twitter que Loss perde uma chance de abrir o treino e com isso proporcionar espaço aos profissionais de imprensa de detectarem aquilo que é ou não executado nos jogos.
Dou exemplo prático. Um lateral vai a frente e deixa as costas abertas; o contra-ataque é puxado, o atacante veloz entra por aquele setor e faz o gol. Código de ética acionado, Loss, nessa situação, vai dizer que a culpa é dele. E se for do jogador? Se o jornalista no treino visse posicionamento diferente, livraria a cara do profissional. Agora, nada disso.
Além disso, temos uma cultura em que o torcedor quer saber em pormenores o desenvolvimento do trabalho, o que faz por intermédio de treinos. Tal conduta é exterminada com essa decisão.
Uma decisão que, no fundo, no fundo, só comprova algo que treinadores como Osmar Loss e integrantes do Conselho de Administração não querem admitir: eles não gostam e não querem facilitar o trabalho dos jornalistas. Vislumbram teoria da conspiração em tudo e em todos. Como não podem impedir o exercício da profissão (afinal estamos em uma democracia) fazem tudo que é possível para dificultar a obtenção de informações. Gostam e querem um noticiário pasteurizado, limitado, sem nexo. E não acreditem se Osmar Loss e outros treinadores disserem que sentem falta de comentaristas que discutam futebol. Balela. Conversa fiada.
O que eles gostam e querem é serem bajulados, elogiados e entronizados. Ou que tudo não passe da famosa resenha, sem que o profissional de imprensa exerça o sagrado espírito crítico e de questionamento.
Seria de bom grado pedir aos recém-formados frequentarem um curso de detetive. Quem sabe a coisa melhora.
(Elias Aredes Junior)