Excluir do debate o presidente de honra Sérgio Carnielli do processo de debate da proposta de transformar a Ponte Preta em empresa é algo impossível na conjuntura atual e o debate tem que ser feito de modo cauteloso e com alto grau de profissionalismo.
A opinião é do Consultor Amir Sommoggi, presidente da Sports Valeau e que fez avaliação do quadro da Macaca a pedido da reportagem do Só Dérbi.O assunto será tratado na reunião do Conselho Deliberativo marcado para o dia 25 de janeiro, no Salão Nobre do estádio Moisés Lucarelli.
Para ele, o processo não é tão simples como parece. “O ponto de partida é a mudança no estatuto. Para deixar de ser uma associação sem fins lucrativos para virar uma empresa é preciso fazer uma reforma estatutária para adequar o documento as novas legislações”, afirmou o executivo.
Amir contou que deu assistência ao Botafogo de Ribeirão Preto ao fazer uma avaliação da marca, das dividas e das alterações que seriam necessárias para receber novos investidores. “O modelo que acreditamos para os grandes clubes brasileiros é similar ao 50%+1 da Alemanha. Neste modelo há a profissionalização total da gestão, com o clube como acionista majoritário da nova empresa.”, disse.
Mas ele afirma que o caso da Ponte Preta é diferente de todos os outros que já verificou. “A Ponte Preta tem algo que nenhum outro clube tem, que é um único credor que precisa receber milhões e milhões de reais do clube”, afirmou o executivo. “Ao mesmo tempo que isso fornece tranquilidade, a pessoa precisa encontrar-se envolvida no processo. Porque senão a empresa não vai nascer. Como esquecer as dividas anteriores”, disse Amir.
Na sua visão, a Macaca transformar-se em empresa é algo urgente até porque se colocar na atualidade, em sua visão, como o maior clube do interior do estado de São Paulo. “Se ela errar há risco de deixar de ser o maior do interior. Será uma bala de prata. É um dos clubes mais complexos para ser submetido a esse processo”, afirmou.
Ele não ignora, entretanto, os fatores positivos que podem levar a Ponte Preta ao sucesso. “Está em uma região muito rica, com uma torcida fanática, tem um time com muita tradição e muita má administração. É um grande desafio”, completou.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)