Ponte Preta e a largada na Série B: a casa está longe de encontrar-se pronta: no máximo, temos a fundação de um alicerce!

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A Ponte Preta empatou sem gols contra o Grêmio e as reações positivas prevaleceram tanto de quem compareceu ás arquibancadas como daquelas pessoas que opinaram nas redes sociais. Sim, tivemos as pessoas as pessoas com má vontade e que cravaram o resultado como acidente de percurso.

Se olharmos pela ótica do tricolor gaúcho não há duvida nenhuma de tal avaliação. Se Lucas Silva tivesse convertido o pênalti sofrido logo no primeiro tempo evidente que a história seria melhor. Até porque nos primeiros 23 minutos a Macaca foi dominada e massacrada pelo Grêmio e três gols foram desperdiçados nas imediações do gol da alvinegra.

Não quero utilizar este espaço para falar de tática ou de estratégias do técnico Hélio dos Anjos. Teremos tempo e conjuntura adequada para abordar estes pontos.

Quero abordar o perigo que se encontra dentro da própria torcida e da imprensa, que são os condutores do debate da opinião pública. Podemos traduzir tudo em uma única palavra: comodismo. Ou conformismo.

Convenhamos: o otimismo foi formatado a partir de uma base de comparação muito baixa. O time estreou após um rebaixamento no Campeonato Paulista e com uma eliminação injustificável na Copa do Brasil para o Maringá. São saldos negativos que estão nas costas e na responsabilidade do presidente Marco Antônio Eberlin.

Só que esse espasmo ou lampejo é algo que não pode ser considerado como padrão ou dado como satisfatório. Não faltou luta, empenho, entrega e dedicação. Mas com esse futebol, se esse desempenho não exibir um crescimento robusto e consistente nas próximas rodadas, não há como fugir da constatação: o time será candidato ao rebaixamento para a Série C em 2023.

Hélio dos anjos não é bobo. É raposa velha e experiente da bola. E se ele apela para um volante como Felipe Amaral não é somente por causa do potencial técnico do garoto.

O motivo é que ele no dia a dia, certamente vislumbra que a Macaca não tem o potencial financeiro necessário para trazer os jogadores que deseja e gosta. Então se não tem os ingredientes necessários, é óbvio que a solução é utilizar a criatividade e buscar a solução dentro de casa.

E algumas soluções podem e devem ser discutidas, como a escalação de Léo Naldi como um clássico armador ou a improvisação de Léo Santos como zagueiro. Genialidade do treinador ou debilidade do elenco em alguns setores? Esse debate não pode ser ignorado.

O comodismo pode servir para apagar a visão do protagonismo de Lucca. Sem enrolação: ele é essencial. Vital. As vitórias na Série B vão passar por seus pés.

Sim, porque se o torcedor elogia a raça e a dedicação no gramado também precisa admitir que o Grêmio teve as principais oportunidades de gol. E quando a sorte bafejou a Ponte Preta faltou algo primordial: qualidade. Luta e superação sem qualidade no futebol é como traduzir a frase famosa nas olimpíadas: importante é competir. Não, a Ponte Preta não pode competir. Ela precisa vencer. E permanecer na Série B do Campeonato Brasileiro.

A soma de um ponto no Majestoso, diante de uma equipe gigante do futebol brasileiro pode e deve ser motivo de celebração. Mas não pode servir de cortina de fumaça. Para chegar aos 45 pontos, o trajeto tem tudo para ser com sangue, suor e lágrimas. A hora é de movimentação. Melhoria técnica e contínua no gramado. Pelo menos para disputar na zona intermediária da tabela e assim ficar longe da zona do rebaixamento.

Empatar com Grêmio não quer dizer que a casa está pronta. Pelo contrário. Com boa vontade podemos dizer que foi a fundação de um alicerce que não pode falhar.

(Elias Aredes Junior com foto de Álvaro Junior-Pontepress)