Ponte Preta: quem vai querer reestabelecer a credibilidade arranhada no gramado?

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Em tempos de crise econômica, contar com um trabalho é precioso. É uma dádiva. Benção de Deus. Você que me acompanha. Tenho convicção que toda manhã ao se levantar e pegar o ônibus para ir ao seu local de trabalho não passa pela sua cabeça fazer as suas tarefas de maneira relapsa. Ou sem a vontade requisitada por seus chefes. A concentração tem que ser máxima. Não pode existir espaço para erros. E se eles acontecerem? Ok, tenta-se corrigir e evitar que tenha uma segunda vez. E segue o barco. Agora, o que não dá é ficar longe, sem integração ao ambiente construído com seus companheiros.

Formulei este cenário desde a derrota para a Ponte Preta contra o CSA. E considero que os jogadores da Ponte Preta tem a obrigação de responderem na próxima sexta-feira, contra o Criciúma, no Majestoso. Não dá para esquecer uma postura tão inconsequente e incompreensível.  

No jogo contra o CSA, Hélio dos Anjos estava enlouquecido. Não concordava e não entendia o rendimento dos seus jogadores. Esse foi o ponto nevralgico. Poucas vezes eu assisti a uma partida com jogadores tão distraídos e totalmente desfocados. Eu não preciso construir teorias da conspiração. Os fatos falam por si. O primeiro gol do time alagoano, a ausencia de capricho nas conclusões, a expulsão de Léo Naldi…Foi a antesala do inferno. Injustificavel. Será que teremos reprise deste show de horrores diante do Criciúma e na ultima rodada contra o rebaixado Náutico? Pois é.

Alguns podem alegar a respeito de que o time não tem mais objetivos a serem cumpridos. Como não? Primeiramente, a tarefa de ficar a frente do rival Guarani, hoje dois pontos à frente. Em segundo lugar, fica prejudicado o campo de observação para o técnico Hélio dos Anjos, agora com contrato renovado e em estágio de montagem para a Série A-2 do Campeonato Paulista. Como retirar qualquer conclusão diante de uma atuação tão pífia e apática?

Sem contar o seguinte: e o respeito com a torcida? Era um público diminuto? Concordo. Bateu desmotivação depois de goleada para o Cruzeiro? Não há dúvida. Mas não devemos esquecer que quando a Macaca estava no limbo, na zona de rebaixamento, sem poder de reação foram as arquibancadas lotadas que fizeram o time reagir, sair do Z-4 e até sair de um quadro mais incomôdo. Então, o mínimo que se esperava é raça, dedicação e concentração como uma forma de agradecimento. Nada disso aconteceu.

Alias, este quadro comprova algo que parece impregnado na alma do jogador brasileiro: o jogador de futebol no Brasil não joga de maneira adequada o campeonato por pontos corridos. Evidente que uma competição de 38 rodadas as oscilações são normais. Que executuando-se a luta pelo acesso ou contra o rebaixamento sobra muita pouca coisa para ser disputada. Mas espera-se que os torcedores aproveitem as rodadas finais para aproveitar o deleite de ver o seu time jogar. E que os atletas atuem em alto nível em honra a instituição que paga os seus salários e até para que as portas de novas oportunidades sejam abertas quando ocorrer a abertura da janela de transferências. 

No gramado do Majestoso nada disso foi registrado. Ficou um gosto amargo e uma dúvida para o futuro: Como evitar que uma campanha com bons momentos vire algo melancólico? Esta resposta só Hélio dos Anjos poderá encontrar. Tomara que ela apareça. Para o bem da Ponte Preta. Porque todos estão cansados de baixo astral.

(Elias Aredes Junior com foto de Álvaro Junior-pontepress)