Ponte Preta tenta pela terceira vez em quatro anos propor o jogo no gramado. O plano será exitoso?

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Quando abordamos na terça-feira a infinita troca de passes entre os zagueiros da Ponte Preta e a determinação de valorização da posse neste esquema tático da comissão técnica comandada por Fábio Moreno o conceito embute um cavalo de pau na maneira de jogar que prevaleceu na Macaca nos últimos quatro anos.

Com a conquista do vice-campeonato paulista em 2017 e também o oitavo lugar no Brasileirão de 2016, um conceito ficou cravado internamente na Macaca: velocidade pelos lados, transição vertiginosa e recomposição capaz de dar campo ao adversário e ao mesmo tempo possibilitar o contra-ataque fatal. O triunfo nas semifinais contra o Palmeiras é um manual vivo do que escrevo.

Naquela versão, seja com Gilson Kleina ou sucessores, a Ponte Preta “não curtia” a pelota. Definir com o menor de toques era a meta.

Três tentativas foram buscadas para quebrar esse ciclo. Primeiramente quando Jorginho treinou a Alvinegra em 2019 e apostou na troca de passes vertical, com compactação para envolver o oponente. João Brigatti buscou idêntico expediente, sem sucesso.

Fábio Moreno é o terceiro a buscar fugir da armadilha. Ou da estratégia equivocada. Como já explicamos, sua intenção é segurar a bola com os zagueiros até que os atacantes ou armadores estejam bem posicionados e assim percorrer um espaço curto até o gol. Ou para dar assistência.

Só existe um problema: os jogadores disponibilizados não contém a característica almejada. Vini Locatelli, por exemplo, não tem o dinamismo exigido para quem precisa pegar a bola da zona intermediária e imprimir velocidade. Apodi e Moisés, por sua vez, não demonstram aptidão tática para executar tarefas exigidas em um contexto tão complexo.

A intenção é boa mas caso reforços não sejam contratados nada vai virar realidade. Reafirmo: arroz com feijão, marcação e velocidade é o rumo ideal.

(Elias Aredes Junior foto de Diego Almeida-Pontepretapress)