Os 28 pontos na classificação, a quinta colocação na Série B do Campeonato Brasileiro e a superação das expectativas não fazem o Guarani fugir do seu destino. Terá que se desdobrar para vencer o Internacional no sábado, às 16h30, no estádio Brinco de Ouro.
Vai encarar um oponente em crescimento técnico e com atletas do quilate de Camilo, D´Alessandro, Leandro Damião e William Pottker. Em condições normais, deveria ser considerado favorito . Especialmente em virtude dos problemas bugrinos na formulação de um time competitivo e eficiente.
O principal entrave é a ausência de um velocista. Alguém com velocidade para desafogar a defesa ou atuar nas costas dos laterais e zagueiros adversários. Coincidência ou não, desde a saída de Braian Samúdio, o time não se encontrou mais. Especialmente porque o time ficou cadenciado, focado no toque de bola.
Pode ser bonito para a torcida, mas dá chance ao oponente de se recompor. Resultado: o Alviverde é pressionado porque não tem saída de contra-ataque. Samudio tinha suas limitações, mas dentro do contexto segurava o samba.
A indefinição sobre Auremir preocupa. Não mudo minha visão. Tem limitações e muitas vezes larga o setor defensivo e oferece o contra-ataque de maneira irresponsável. Tem vontade, volúpia e dinâmica, algo inexistente nos outros volantes bugrinos. Pior: na prática, o time tem nele o único cabeça de área. Erro de quem efetuou a montagem do elenco. Se Vadão colocar William Rocha para jogar será em quadro de emergência e longe do quadro ideal. Então, está tudo perdido? Nem tanto.
Vadão deveria insistir no treinamento da bola parada tanto no escanteio como nas faltas laterais. Apostar na boa batida de bola de Bruno Nazário ou de Fumagalli, se este for escalado.
Existe um fato já presente na campanha do Colorado e que não foi registrado nas vitórias no Beira-Rio contra Oeste e Goiás: a instabilidade emocional. Traduzindo: quando sofre um gol, o Colorado fica instável e perdido em campo, abre espaços e mesmo times limitados podem realizar estragos consideráveis. Vila Nova (GO) e CRB (AL), por exemplo, superaram seus limites, testaram a defesa gaúcha e no final viram um oponente nervoso, acuado e sem inspiração. Vitória colhida.
Junte isso com uma torcida presente no Brinco de Ouro e determinada a pressionar que o cenário está formado. Que ninguém se iluda: o confronto de sábado será o mais difícil disputado pelo Guarani na competição.
(análise feita por Elias Aredes Junior)