A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) faz jus a pertencer a um estado cuja rivalidade entre Atlético Mineiro e Cruzeiro transcende as fronteiras. O Grupo de Estudos sobre futebol e Torcida aparece para destrinchar todos os fenômenos decorrentes do esporte bretão.
Mas um novo foco precisou ser incluído após os coletivos antifascistas das Torcidas Organizadas invadirem as ruas de todo o país para pedirem democracia e encamparem a luta contra o racismo. O coordenador do grupo, Silvio Ricardo da Silva, acompanha todos os desdobramentos e concorda que esses grupos resgatam sua origem histórica, que sempre foi a de contestar o poder estabelecido nos grupos e lutar por questões amplas da sociedade.
A reportagem do Só Dérbi lhe descreveu sobre os atos de coletivos antifascistas de bugrinos e pontepretanos, mas que observa uma dificuldade para uma atuação conjunta. Mas ele acha que tal fenômeno é transitório, já que em Minas Gerais, as duas torcidas rivais já encontram pontos de convergência. “Tenho fotos das duas torcidas juntas (Cruzeiro e Atlético Mineiro). É uma grande novidade. As rivalidades históricas estão sendo colocadas em um segundo plano em função de uma causa maior”, explicou.
E assim como outros estudiosos do tema, Silvio Ricardo da Silva critica a criminalização feita em cima das torcidas. “Isso é criminalizar a festa, a alegria, inclusive os bônus que as torcidas organizadas trazem para o futebol”, arrematou.
Mas seja em Campinas ou Belo Horizonte, ele admite a necessidade de ser tenaz em relação a algumas lutas, como contra o machismo e a homofobia.”O futebol historicamente é machista. Assim como a maioria dos Esportes, ele é feito por homens para os homens. Mas Isso há de mudar! Isso está mudando”, completou. (texto e reportagem: Elias Aredes Junior)
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