As arquibancadas estão lotadas. O Guarani mobiliza a sua torcida e quebra tabus. Quem sentar na arquibancada no próximo sábado, a partir das 15h, contra o Votuporanguense verá uma cena incomum há duas ou três décadas: mulheres por todas as partes. Não como bibelôs. Jamais como objeto de adoração sexual. São participantes ativas e destemidas em prol do Alviverde. A cada rodada marcam um golaço contra o machismo na modalidade.
Crianças, adolescentes, jovens, adultas, idosas. Nenhuma delas tem vergonha de enaltecer e explorar a sua paixão. Tudo sem limites ou freios. O que é importa é viver pelo Guarani. Para o Guarani. E desafiar preceitos e modelos arcaicos e acabados.
Que ninguém se iluda. Uma bugrina pronta para encarar os problemas inerentes ao espectador de um jogo de futebol no Brasil é, antes de tudo, uma pessoa de fé.
Elas nadam contra a maré. Ao passarem pela catraca, concedem um cala a boca aos que desafiam querer bloquear seu espirito em busca de um novo momento de glória. De acordo com pesquisas divulgadas e feitas por empresas de marketing esportivo mostram que 80% das mulheres tem paixão por algum time. O Guarani não é diferente. Como explicar essa paixão que explode a cada semana?
Não há explicação. Apenas exercita-se. A cada gol, vitória ou lance inesquecível.
Tanta devoção mostra frutos. Hoje, não há como fugir da constatação: Tânia Cardoso Santana, a “tia Tânia” é a torcedora símbolo do Guarani. Não pede nada em troca. Vai atrás do Guarani em qualquer hora, local e lugar. Não estipula sacrifícios. Ajuda a cuidar do memorial da agremiação como se fosse sua própria casa.
Não é a única. Existem várias. Que envergam a camisa verde. Demonstram aos machistas e preconceituosos de plantão que o lugar da mulher é onde ela quiser. De preferência, no Brinco de Ouro.
(análise feita por Elias Aredes Junior- Fotos de Letícia Martins\Guaranipress)