Raio X: Os números e as curiosidades do Guarani no primeiro turno da Série B

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Ao final do primeiro turno, o Só Dérbi fez um Raio X da participação do Guarani nas 19 primeiras rodadas da Série B do Campeonato Brasileiro. Sob comando do técnico Umberto Louzer, o Bugre encerra a etapa inicial, momentaneamente, em quarto lugar com 29 pontos, oito vitórias, cinco empates, seis derrotas e 50,9% de aproveitamento.

Ao longo da primeira fase, a comissão técnica enfrentou diversas dificuldades, entre as quais podemos citar o desmanche da base vitoriosa da Série A2 e os obstáculos enfrentados pela diretoria no mercado na caça por reforços.

O protagonismo de Bruno Brígido despertou interesse do Feirense (POR) e foi impossível para o presidente Palmeron Mendes Filho conter a investida europeia. A regularidade de Lenon desde 2015 chamou a atenção do Vasco, onde está emprestado até o fim do ano. Baraka teve proposta tentadora do futebol da Arábia Saudita e foi outro a arrumar as malas e partir. A saída mais natural foi a do meia Bruno Nazário – esteve emprestado pelo Hoffenheim (ALE) até 30 de junho e o empresário já havia garantido que as chances de renovação eram zero. No momento, é reserva do Atlético-PR.

DESTAQUES:

Rafael Longuine incorporou o espírito de superação, algo necessário na segunda divisão nacional, para levar o Alviverde ao caminho das vitórias. Se a estreia não deixa boas recordações – derrota no dérbi -, as demais participações encantaram as arquibancadas. Apesar da falta de ritmo de jogo por conta do longo período de inatividade nos tempos de Santos, o meia passou a atuar centralizado com a saída de Rondinelly do time e tomou conta da posição.

Eficiente no ataque, é o artilheiro máximo do elenco com sete gols, além de uma assistência para Bruno Nazário, na vitória em cima do Criciúma. Entre os reforços pós-Paulistão, Longuine foi, de longe, aquele que mais contribuiu dentro de campo: teve participação direta em 48,2% dos pontos conquistados.

  • 16 partidas
  • 388 passes certos
  • 9 desarmes
  • 13 finalizações certas
  • 19 finalizações erradas
  • 13 faltas recebidas
  • 1 assistência
  • Nenhuma advertência com cartão
  • 9 desames certos e 1 errado

A diferença no nível de exigência entre Série A2 e Série B não atrapalhou Ricardinho. Herói do acesso no Estadual, o camisa 7 manteve as atuações regulares e continuou como dono absoluto do meio-campo. O jogador de 29 anos assumiu a braçadeira de capitão depois das negociações de peças titulares, virou o principal líder do plantel e contribuiu com duas bolas na rede – contra Vila Nova e CRB, em dois chutaços de fora da área. Ele só foi desfalque no empate sem gols com o São Bento por conta do terceiro cartão amarelo.

  • 18 jogos
  • 2 gols
  • 620 passes certos
  • 23 desarmes
  • 5 finalizações certas
  • 12 finalizações erradas
  • 36 faltas recebidas
  • Nenhuma assistência
  • 5 cartões amarelos
  • 23 desarmes certos e 8 errados

DECEPÇÕES:

Depois de desempenho regular com a camisa do Mirassol no Campeonato Paulista, Edson Silva chegou a Campinas com status de xerife e a expectativa de que diminuiria as falhas cometidas ao longo do primeiro trimestre. Na prática, a lentidão na recomposição e os erros individuais custaram a vaga entre os iniciais. Ao lado de Éverton Alemão, não conseguiu manter alto nível de competitividade e foi um dos mais criticados pelos torcedores. Os vacilos contra Figueirense e Paysandu foram a gota d’água para Umberto Louzer sacá-lo.

  • 15 partidas
  • Nenhum gol
  • 410 passes certos
  • 16 desarmes
  • 2 finalizações certas
  • 2 finalizações erradas
  • 3 faltas recebidas
  • Nenhuma assistência
  • 2 cartões amarelos
  • 16 desarmes certos e 2 errados

Peça importante do quarteto ofensivo da Série A2, Erik caiu em descrédito nos pontos corridos. A primeira participação foi no revés para a Ponte Preta, quando foi anulado por Igor Vinícius. Aos poucos, foi desperdiçando as oportunidades dadas por Louzer e passou a ser figura certa no banco de reservas. Sem velocidade pelas pontas e auxílio na marcação, o atacante ainda perdeu a disputa para Matheus Oliveira, que via a carreira em baixa até chegar ao Bugre. Preterido por Gabriel Poveda e Caíque, Erik foi barrado pela comissão técnica do confronto diante do Londrina e foi integrado ao treinamento dos não relacionados.

  • 10 jogos
  • Nenhum gol
  • 105 passes certos
  • 1 desarme
  • 2 finalizações certas
  • 8 finalizações erradas
  • 6 faltas recebidas
  • Nenhuma assistência
  • 1 cartão amarelo
  • 1 desarme certo e nenhum errado

MELHOR SEQUÊNCIA:

A melhor sequência alviverde nos pontos corridos foi entre junho e julho. Em sete rodadas, foram três vitórias (CSA, Oeste e Coritiba) e quatro empates (Vila Nova, São Bento, Avaí e Boa Esporte). Nesse intervalo, deixou a parte debaixo da tabela e viu de perto a possibilidade de entrar no grupo de acesso – após superar o Coxa Branca, até chegou a integrar o G4, mas os resultados dos concorrentes não ajudaram na época.

RECORDE NEGATIVO:

O recorde negativo foi de duas derrotas consecutivas, o que se repetiu por duas vezes. Atlético-GO e Ponte Preta, além de Figueirense e Paysandu. O momento de maior instabilidade aconteceu nas quatro primeiras rodadas. Motivado pelo título da Série A2, mas desgastado física e psicologicamente, amargou três tropeços e um triunfo. Para piorar, o Guarani foi superado pela Macaca e viu Umberto Louzer ficar na corda bamba, até conseguir a vitória sobre o Criciúma para colocado panos quentes na situação.

2017 PARA TRÁS!

Comparada com a campanha do primeiro turno da Série B do Campeonato Brasileiro de 2017 – quando liderou a competição por quatro rodadas e permaneceu por 15 no G4 -, o Bugre somou um ponto a mais, 29, apesar de não ter terminado nenhuma das rodadas na zona dos quatro primeiros colocados.

ARTILHEIROS:

Com sete gols, o craque alviverde do primeiro turno, Rafael Longuine, termina como artilheiro da equipe. Em seguida, com cinco gols a menos, estão Anselmo Ramon, Bruno Nazário, Caíque, Denner, Guilherme, Ricardinho e Rondinelly.

Bruno Mendes, Daniel Borges (contra), Danilo Barcelos (contra), Matheus Oliveira, Pará e Pedro Bortoluzo contribuíram com um tento cada.

GOLS SOFRIDOS:

Com sérios problemas defensivos, a defesa do Guarani foi criticada várias vezes – principalmente o veterano Edson Silva. Pelo alto, inclusive, o Bugre foi vazado em oito oportunidades, sendo a última na vitória sobre o Londrina, quando Dagoberto cobrou falta na cabeça do atacante Alisson Safira, que testou no canto direito de Oliveira. A equipe de Louzer só passou invicta contra Sampaio Corrêa, Criciúma, CRB, São Bento e Oeste.

3 gols: Atlético-GO, Ponte Preta, Avaí e Figueirense

2 gols: Fortaleza

1 gol: Goiás, Juventude, CSA, Vila Nova, Boa Esporte, Coritiba, Paysandu, Brasil de Pelotas e Londrina

CAMPANHA COMO MANDANTE:

No Brinco de Ouro, a campanha foi boa: cinco vitórias, três empates e duas derrotas. Nessas dez partidas, foram 15 gols marcados e dez sofridos.

Vitórias: Sampaio Corrêa, Criciúma, CRB, Coritiba e Brasil de Pelotas

Empates: Vila Nova, São Bento e Boa Esporte

Derrotas: Ponte Preta e Figueirense

CAMPANHA COMO VISITANTE:

Fora dos seus domínios, a equipe campineira acumulou três vitórias, dois empates e quatro derrotas. Nesses nove jogos, as redes adversárias foram balançadas 12 vezes e 13 gols sofridos.

Vitórias: CSA, Oeste e Londrina

Empates: Goiás e Avaí

Derrotas: Fortaleza, Atlético-GO, Juventude, Paysandu

OS QUE AS ARQUIBANCADAS MOSTRAM?

Maior público: 18.078 pagantes – Guarani  2 x 3  Ponte Preta, em 05 de maio

Menor público: 1.737 pagantes – Guarani  2 x 0  CRB, em 26 de maio

Média: 4.702 torcedores

OS QUE AS BILHETERIAS MOSTRAM?

Renda bruta: R$ 608.205,00

Renda líquida:  R$ 8.258,44

O MELHOR JOGO:

Campeões e oponentes tradicionais na divisão de elite do Campeonato Brasileiro, Guarani e Coritiba fizeram grande partida no Brinco de Ouro da Princesa, justamente na mais empolgante do time campineiro até então. Pará marcou de falta, Bruno Mendes guardou de cabeça e encerrou jejum de três meses na vitória por 2 a 1. O resultado levou a equipe de Louzer, provisoriamente, ao grupo de acesso.

O Coxa Branca teve dificuldades para furar a defesa adversária e só conseguiu quase nos acréscimos, quando Guilherme Parede completou cruzamento de Simião e marcou o gol de honra.

O PIOR JOGO:

A opinião do torcedor fica dividida quando precisa escolher a partida a ser deletada da memória. A mais dolorida, obviamente, foi a derrota no dérbi dentro de casa. Em termos de apresentação de futebol, os empates contra São Bento e Boa Esporte ainda causam frustração pelos pontos perdidos diante de adversários que lutam contra o rebaixamento. Ofensivamente, o time foi praticamente nulo e desperdiçou quatro tentos importantes pelo caminho.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa e Eduardo Martins/foto: Letícia Martins – Guarani Press)