Já virou rotina nos jogos da Ponte Preta. A arbitragem concede um lance faltoso contra a Alvinegra e Roger reclama. Muito. Por vezes de maneira acintosa. Toma cartão amarelo. Não é domado. Contra a Ferroviária não foi diferente. E após o jogo ele deixou claro que não se arrepende das atitudes.
Exercício lógico é condenar o jogador. Dizer que ele passa dos limites. Neste final de semana formulei um pensamento diferente. E se analisássemos tal postura como um grito de socorro por parte do atleta?
Explico: no final do ano passado, em entrevista coletiva, Roger fez uma promessa que seria menos líder e mais jogador. Ficaria na dele.
De certa forma, o recado foi claro: eu me preocupo com o vestiário e os dirigentes com os gabinetes. Com a politica do futebol.
Como? Estreitar relações com a Federação e a CBF, especialmente para que, se não for beneficiada, que a Macaca não seja prejudicada. Uma troca justa. E se Roger não pensou nisso? Pode ser. Mas após a declaração a missão ficou implícita para qualquer dirigente minimamente esperto.
E o que se viu? Gente preocupada com Arena que não saiu do papel, em esconder treino dos jornalistas, promoção de encontros internacionais e o departamento de futebol profissional ainda com a impressão de planejamento errático e sem destino.
Se os dirigentes não conseguem cumprir com seus deveres, como podemos cobrar Roger, alguém tão ligado a história da Ponte Preta? Ado, ado, cada um no seu quadrado. Verdade. Mas os dirigentes precisam ser avisados.
(Elias Aredes Junior- foto de Álvaro Junior)