Tempo de quarentena. Futebol paralisado. Negociações por videoconferências. Torcedores na expectativa pelo retorno. Matam a vontade com partidas dos campeonatos alemão, espanhol e português. É bom, mas não é a mesma coisa. Interessante é vibrar e acompanhar o time do coração. O torcedor pontepretano não foge à regra.
Como a bola não rola, o torcedor contenta-se com o anúncio de novas contratações. A técnica de Camilo, a nova força na lateral-esquerda com Ernandes, a liderança de Luizão. Tudo lindo e maravilhoso.
Se não fosse por uma peça: a classificação geral do Paulistão. Está lá. Zona do rebaixamento. Pânico e desespero. Ninguém quer disputar a segundona paulista. Viagens de carro, oponentes ruidosos e renhidos.
Indiretamente, alguns personagens são poupados. Traduzindo: colegiado de futebol. Sérgio Carnielli, Sebastião Arcanjo, Vanderlei Pereira, Gustavo Bueno…pessoas que podem e devem ser responsabilizadas pelo caos no departamento de futebol profissional. A campanha é ruim. Péssima. Vexatória. Já estragou o planejamento de 2020. O que fazem os dirigentes? Fingem que o assunto não é com eles.
O torcedor pontepretano está cercado pela tensão. De um lado, o temor (justificável) da Covid-19 e o medo de encarar um inimigo desconhecido; do outro, a paixão sendo destruída, aos poucos, sem alarde. Corroída pela vaidade. Todos, situação e oposição, dizem que têm a formula do sucesso. Só produzem sofrimento ao torcedor.
Tudo perdido? Rebaixamento confirmado? Ledo engano. Queremos e torcemos para que a Macaca escape na bola. Vença os dois jogos e respire aliviada. Um prêmio para torcida e ao técnico João Brigatti, que assumiu em uma gelada.
Se o pior acontecer não podemos esquecer desses nomes: Sérgio, Sebastião, Vanderlei e Gustavo. Hoje eles estão fora do foco. Mas não podem ser ignorados. E nem esquecidos. Não dá para absolver quem fere uma paixão centenária.
(Elias Aredes Junior)