Renato Cajá não voltará para a Ponte Preta. Vai cumprir o seu contrato com o Juventude, em Caxias do Sul (RS). De modo polido e educado, a diretoria da Alvinegra colocou o desenlace da negociação nas redes sociais e manteve a porta aberta. Ou seja, quer o armador para encerrar a sua carreira, talvez em 2021.
Nada contra Cajá. Pelo contrário. Protagonista em dois acessos e proprietário de lances vistosos foi um personagem importante na história da Macaca. No entanto, abre-se uma , chance para a Ponte Preta amadurecer e abrir a sua mente.
Qual foi o enredo dos últimos anos? Na primeira dificuldade no sistema de armação, seja qual fosse o treinador, a torcida pressionava e a diretoria corria atrás de Cajá. Movia céus e terras para cumprir com seus desejos.
Enquanto isso, diversos atletas com capacidade de exercer bom futebol no meio-campo eram perdidos. Reflexão: será que em nenhum momento de sua carreira, jogadores como Douglas (ex-Grêmio e Corinthians) e Camilo (ex-Botafogo, Internacional e Chapecoense) não poderiam ter vestido a camisa da Ponte Preta? E por que não aconteceu? Porque todos na Ponte Preta ou ficavam preocupados em segurar Renato Cajá, ou torciam para que não surgisse uma proposta do exterior ou sonhavam com o dia de seu retorno. Uma dependência maluca.
O futebol tem relação com a vida cotidiana. Crescemos quando somos submetidos a pressão de buscar horizontes e ideias. Amadurecemos quando largamos alicerces frágeis no caminho.
A Ponte Preta precisa caminhar. E “esquecer” Renato Cajá é parte fundamental. Seu nome já está cravado na história. Ninguém tira. Mas é preciso construir o futuro.
(Elias Aredes Junior)