Será que a Ponte Preta realmente jogou bem o primeiro tempo contra o Ituano?

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Entenda este artigo como uma reflexão, uma tentativa de colocar luz sobre aspectos perdidos. A Ponte Preta empatou com o Ituano por 1 a 1 e o discurso uníssono foi de que a Ponte Preta fez um bom primeiro tempo. Que estava bem posicionada, com jogadas bem feitas e que a queda de produção no segundo tempo proporcionou o resultado amargo.

De primeira fui levado a idêntica conclusão. As horas passaram e algo martelou minha cabeça: mas será que jogou bem mesmo? Não fui levado no calor da emoção? Não seria necessário esperar um pouco mais?

De largada, é de bom tom pensarmos na expressão “jogar bem”. Não envolve apenas a parte técnica e tática. Tem relação ainda com o psicológico, capacidade de tomar as decisões corretas e o limite de cada jogador. Expor o seu potencial de maneira plena, sem disfarces. Tem relação com a capacidade de rapidamente adaptar-se as condições do jogo e sustentar o ritmo.

Você pode e deve elogiar o desempenho de uma equipe quando o seu oponente encontra-se em bom nível. Dificuldade maior á vista. Se fizermos uma retrospectiva, vamos relembrar que a Macaca teve sua vida facilitada porque o Ituano não executava inversões de bola e passes longos. Resultado: a bola ficava no pé dos jogadores pontepretanos e a pressão era inevitável. Até no campo ofensivo, o Ituano não segurava a bola e a Macaca tinha os espaços desejados. Ou seja, a Ponte Preta teve bom desempenho graças aos vacilos do adversário.

No segundo tempo, com a entrada de Bassani para dar mobilidade ao meio-campo, o Ituano ajeitou sua marcação, buscou o empate e fez a Ponte Preta expor-se em demasia após as alterações e deixar o quadro pior do que já era. Ou seja, o Ituano não foi bafejado pela sorte. Construiu o empate.

Não, a atuação não foi um desastre. Foi, no máximo, a demonstração de uma bela carta de intenções de autoria de Jorginho em relação ao que pode ser feito no futuro.

Então por que tanto entusiasmo? Simples: estamos tão carentes de equipes competitivas e com o mínimo talento que qualquer coisa nos agrada. Triste realidade.

(análise feita por Elias Aredes Junior)